O ciclone não mostrou sua face mais perigosa ontem, mas tirou o sono de muita gente em Cidreira, no Litoral Norte. O dia começou com chuva, vento e ruas vazias. As rajadas passaram de 40 km/h durante a manhã. Revolto, o mar avançou cerca de 10 metros na areia, com ondas de um a dois metros.
Pouca gente teve coragem de sair de casa ou ir à praia em função do mau tempo e da proximidade do ciclone.
– Minha filha mora em Erechim e até nos ligou pedindo para ficarmos juntos e corrermos para baixo da mesa se a coisa piorasse – contou a aposentada Apolonia Suzek, 72 anos.
Para alívio de Apolonia e da filha, por volta das 12h, depois de chover a manhã inteira, as condições climáticas começaram a melhorar. Contrariando as previsões, até o sol apareceu durante a tarde. A condição se repetiu em Torres, onde períodos de chuva fina e céu claro se intercalaram.
Na plataforma da praia de Salinas, o técnico João de Fraga Bereta, 59 anos, aproveitou o fim do chuvisqueiro para recolher redes de pesca e observar o mar, que se manteve agitado.
Na areia, a aposentada Jussara Motta Rodrigues, 57 anos, rezou junto a uma imagem de Iemanjá, em agradecimento à trégua vinda do céu.
(Zero Hora, 10/03/2010)