O balneário de Rancura, praia que faz parte de Iloca, no litoral Centro-Sul do Chile, perto do epicentro do terremoto ocorrido em 27 de fevereiro, de 8,8 graus de magnitude, foi devastado pela tsunami que ocorreu minutos após o tremor. Distante 120 km de Curicó, foi uma das cidades mais atingidas pelo sismo. No local havia muitas residências de veraneio, que foram destruídas com a violência do maremoto.
Um posto de campanha do Exército com médicos, enfermeiros, psicólogos e profissionais de saúde está atendendo a população local. Também há um entreposto com medicamentos doados pela população chilena, roupas e alimentos não perecíveis, tendo em vista a catástrofe que atingiu a região. Não há energia elétrica e a telefonia móvel funciona de forma precária. O Exército realiza controle permanente para evitar saques. Conforme a enfermeira Tatiana Campos Bravo, que atua no posto de saúde de Rancura, muitos pacientes estão sofrendo de síndrome do pânico, principalmente os que perderam familiares e bens. Além disso, as equipes atendem em casa pessoas com doenças crônicas, como diabéticos e hipertensos. Neste domingo foram registrados três sismos de pequena intensidade entre Valparaíso e Maule.
Durante a tarde de ontem, a governadora da província de Curicó (Centro-Sul do país), Gloria Rojas afirmou que em seu estado já foram encontrados 40 corpos e cinco pessoas permanecem desaparecidas. Alertou, porém, que este número pode subir. Também ressaltou que a população está muito assustada, e que equipes do governo trabalham no traslado de famílias para áreas mais seguras. Curicó tem cerca de 270 mil habitantes. O governo estima que mais de 16 mil casas foram destruídas no dia 27. Na região ocorrem dez réplicas diárias de baixa intensidade. Dados oficiais revelam que em todo o país morreram 675 pessoas, das quais 497 foram identificadas pelos serviços responsáveis.
(Correio do Povo, 09/03/2010)