A Via Campesina realiza diversos atos e protestos em todo o país nesta segunda-feira pelo dia Internacional da Mulher. O objetivo é denunciar o que classificam de "malefícios do agronegócio" contra a vida e o trabalho das camponesas.
"Defendemos alternativas viáveis como a agroecologia, a agricultura camponesa cooperada, a produção de alimentos saudáveis. A Reforma Agrária continua sendo uma medida democratizante e importante para a implantação destas propostas", afirma Marina dos Santos, integrante da coordenação nacional do MST.
Em São Paulo, a 250 mulheres da Via Campesina participam da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. Elas iniciam hoje a caminhada de Campinas a São Paulo.
No Rio de Janeiro, trabalhadoras da Via Campesina e do Comitê de Erradicação do Trabalho Escravo marcham na BR-101 com destino à Usina Capim, em Ururaí, Campos dos Goytacazes.
No Paraná, cerca de mil camponesas ocupam a Usina Central desde as 6h na cidade de Porecatu. Segundo os organizadores, o ato é em protesto à monocultura da cana e o trabalho escravo.
No Ceará, mais de 400 mulheres estão em frente à indústria química Nufarm, no Novo Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza. Elas fazem protesto contra a fábrica, oitava maior produtora de agrotóxicos do mundo.
Na Paraíba, 400 mulheres da Via Campesina marcham pelas ruas do município de Sousa, sertão da Paraíba. Elas denunciam o uso desenfreado de agrotóxicos pelo grupo Santana, grande empresa agrícola. Os maiores prejudicados são as famílias acampadas no pré- assentamento Isabel Cristiano.
Em Pernambuco, cerca de 180 mulheres reocuparam, pela quinta vez, a fazenda Uberaba, no município de Bonito. As manifestantes montaram acampamento ontem com suas famílias.
As mulheres do Mato Grosso promovem uma campanha de doação de sangue em frente aos correios e a Igreja Matriz, em Várzea Grand.
No Rio Grande do Sul, trabalhadoras da Via Campesina, do MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados), da Intersindical e do Levante da Juventude estão mobilizadas desde o dia 3. As manifestantes promoveram palestras e ocuparam a Delegacia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Porto Alegre.
(Folha Online, 08/03/2010)