Uma nova vacina contra o mesotelioma, um cancro raro, localizado nas células mesoteliais da pleura ou nas células peritoneais do abdómen e que está associado à exposição ao amianto, mostrou-se eficaz, revela um estudo publicado no Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, citado pelo site Saúde na Internet.
Esta nova vacina, composta por células dendríticas, bem como por antigénio tumoral do paciente, é capaz de induzir uma resposta contra o mesotelioma mediada por linfócitos T.
Nos EUA e noutros países desenvolvidos, o uso do amianto já é proibido desde há várias décadas, mas o diagnóstico de mesotelioma pode acontecer 50 anos depois da exposição àquela substância. A incidência de mesotelioma ainda é elevada e deverá continuar a aumentar até 2020.
Por essa razão e por serem escassas as opções de tratamento actualmente existentes, o desenvolvimento de novas terapias tem despertado algum interesse.
Neste estudo, investigadores da Erasmus Medical Center, na Holanda, contaram com a participação de 10 indivíduos que tinham sido diagnosticados recentemente com mesotelioma pleural. Aos pacientes foram retiradas amostras de sangue e as células dendríticas imaturas foram cultivadas na presença do antigénio tumoral. Após a maturação das células dendríticas, elas foram injectadas de novo nos pacientes, em três doses administradas num período de duas semanas.
Regressão do tumor
Os investigadores verificaram que, após a vacinação, houve um aumento significativo na produção de anticorpos. Em quatro dos pacientes houve uma indução clara de citotoxicidade contra os tumores. Apesar de não poder ser directamente atribuído à vacina, em três dos pacientes houve sinais de regressão do tumor. Nenhum dos pacientes mostrou sinais de doenças auto-imunes provocadas pela vacinação nem qualquer efeito secundário grave.
Em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Joachim G Aerts, revelou que “o grande problema do mesotelioma é que o ambiente de imunossupressão causado pelo tumor irá influenciar negativamente a nossa terapia e, por isso, estamos agora a trabalhar num método para diminuir esse ambiente imunossupressor”, acrescentando que “esperamos que, através do desenvolvimento do nosso método, seja possível aumentar a sobrevivência dos pacientes com mesotelioma e eventualmente vacinar pessoas que tenham estado em contacto com o amianto”.
(Pop.EU, 08/03/2010)