O Programa Nacional de Energia (PNE-2030) foi elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, como forma de ampliar a oferta de energia elétrica necessária para garantir o desenvolvimento econômico do país esperado para os próximos anos. Como média, os autores do estudo consideraram o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,1% ao ano e uma demanda energética subindo 3,5% anuais, até 2030.
Para isso, o governo pretende construir duas centrais nucleares, uma no Nordeste e outra no Sudeste. Cada uma destas centrais poderá abrigar até seis usinas nucleares. Coordenado pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o programa envolve ainda os ministérios de Minas e Energia, da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente, da Defesa e da Fazenda.
Critérios
A escolha do local - que envolverá aspectos geográficos, demográficos, meteorológicos, hidrológicos, geológicos, sismológicos e geotécnicos - dependerá de decisão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que fará a escolha diante de uma lista elaborada pela Eletronuclear (Eletrobrás Termonuclear), sob a supervisão do Ministério de Minas e Energia. A decisão final caberá ao Congresso Nacional.
A construção, que deverá movimentar a quantia equivalente ou superior a U$ 4 bilhões para cada usina, é pleiteada por Sergipe, entre outros estados do Nordeste. A região será a primeira contemplada com o início da construção de uma central nuclear, já que não dispõe de novas fontes de geração de energia hidrelétrica. Com o crescimento econômico acelerado, a região tornou-se importadora de energia, justificando a criação de novas fontes.
Vantagens
Sergipe, como defendeu o governador Marcelo Déda junto ao presidente Lula, está entre os estados que oferecem as melhores condições para este projeto. Entre as vantagens, ele lembrou que Sergipe já é um estado produtor e exportador de energia. Hoje, ele produz energia elétrica (Hidrelétrica de Xingó), gás e petróleo (Petrobras), etanol e a proveniente de biomassa (bagaço da cana-de-açúcar).
O estado, prosseguiu o governador, já está preparado para gerar energia a partir do biodiesel (Usina Campo Lindo) e energia eólica. Esta última por meio de um projeto aprovado pelo Ministério de Minas e Energia com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste (BNB) no valor de R$ 200 milhões.
O local sugerido, nas margens do rio São Francisco, próximo à Hidrelétrica de Xingó, dispõe de água abundante para resfriamento das turbinas e disponibilidade de linhas de transmissão do sistema Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).
BenefíciosEntre os benefícios que advirão à região com as novas usinas destacam-se a disponibilidade de energia limpa e própria; volume de recursos envolvidos na construção, operação e manutenção, com consequente geração de empregos; fortalecimento do núcleo básico de recursos humanos na área de energia nuclear e das demais especialidades envolvidas nessa tecnologia, e a possibilidade de obtenção de royalties.
(Faxaju, 05/03/2010)