Um verdadeiro diamante dos oceanos, tão valioso quanto, infelizmente, raro. O atum azul, espécie que corre o risco de dizer adeus aos mares do mundo graças à sua sobrepesca, ganha uma derradeira chance nos palanques da União Europeia, que votará pela suspensão, ou não, da sua pesca comercial.
Antes mesmo do próximo encontro da Comissão Internacional para a Conservação de Atuns do Atlântico (ICCA), que acontece em março, entre 13 e 25, em Doha (Quatar), a Comissão Europeia, que determina a política pesqueira da União Europeia, recomendou que os países membros, que se pronunciam em bloco nas decisões da ICCA, votem a favor da suspensão, pelo menos até que a população retome níveis aceitáveis. Dessa vez, há respaldo também dos Estados Unidos.
Apresentada pelo principado de Mônaco em julho de 2009, a proposta de listar o atum azul como uma espécie em vias de extinção e assim garantir maior regulação para sua pesca recebeu imediato apoio de países como Reino Unido, Países Baixos, Alemanha, Polônia e Áustria (Leia aqui). Já a Comissão para a Conservação, apesar do nome, cede à pressão da indústria pesqueira - e leia-se aqui especialmente o Japão – e tem como cota de caça atual, um valor 47% acima do recomendado por cientistas (Veja mais).
O ritmo predadótorio transformou o atum azul em jóia rara dos mares, o que, ao invés de estimular sua proteção, aumentou o fetiche pelo seu consumo. No Japão, um só indivíduo chega a ser vendido entre 175 mil e 200 mil dólares. Na costa brasileira, o atum-azul é considerado extinto há mais de dez anos.
Em artigo publicado na Yale Environment360, Carl Safina, presidente do Blue Ocean Institute, traz um histórico da luta em favor do atum azul.
(Blog do Greenpeace, 05/03/2010)