A revitalização do Cais do Porto da Capital deu mais um passo ontem para sair do papel, quando o prefeito José Fogaça sancionou a lei que estabelece regras para a utilização da área pela iniciativa privada.

Opróximo passo será o lançamento do edital de licitação, previsto para abril. Com a definição da empresa ou consórcio responsável pela obra, a expectativa é de dar início aos trabalhos no final deste ano, segundo o coordenador executivo do projeto de revitalização, Edemar Tutikian. A meta seria estar com tudo pronto para a Copa do Mundo de 2014.

Aprovada na Câmara de Vereadores em dezembro do ano passado, a lei garante a preservação de características originais do Cais Mauá, como o calçamento e os trilhos ferroviários de bondes. O muro também não terá sua altura diminuída. Estão previstas medidas que priorizem serviços e atividades voltadas à comunidade.

Os armazéns, que são tombados pelo patrimônio histórico, passarão por uma pequena modernização e deverão ter seu espaço destinado a eventos e manifestações culturais, artísticas e gastronômicas. Nas duas pontas do cais, próximas à Estação Rodoviária e à Usina do Gasômetro, serão erguidos empreendimentos comerciais.

Um dos pontos polêmicos – e sem aprovação pelos vereadores – foi a utilização da área para moradia.

Prometida há mais de 20 anos, a obra custará de R$ 450 a R$ 500 milhões. A empresa vencedora da licitação terá direito a fazer uso do cais por 25 anos, renováveis por mais 25 anos.

Promessas sem fim
- 1988 – Projeto Cais do Porto, do prefeito Alceu Collares, não sai
- 1991 – Prefeitura lança o Caminho do Porto, com a transformação de cinco armazéns
- 1995 – Governo estadual anuncia o plano de revitalizar parte da área
- 1998 – Governo lança o projeto Porto dos Casais
- 2003 – Governo cria comissão para reavaliar o Porto dos Casais, que decide reaproveitar o projeto
- 2004 – Plano de recuperação é relançado, com o nome de Revitalização do Cais Mauá
- 2007 – Depois de dois anos de estudos, governo recomeça do zero e convoca a iniciativa privada a participar de um novo projeto
- 2008 – Plano aponta possíveis soluções para o local
- 2009 – Projeto final é encaminado à Câmara de Vereadores que aprova a revitalização

(Zero Hora, 05/03/2010)