Manifestantes protestam contra uso de agrotóxicos, transgênicos e reivindicam investimento para a agricultura
Três rodovias gaúchas são palco de protestos no Rio Grande do Sul, na manhã desta quarta-feira. A BR-471, em Santa Cruz do Sul, e a RST-569, em Palmares do Sul, estão bloqueadas. Na BR-116, em Esteio, pelo menos 800 mulheres se manifestam, mas o movimento não chega a causar problemas no tráfego.
Desde às 8h10min desta quarta-feira o km 137 da BR-471, em Santa Cruz do Sul, está interrompido. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, os cerca de 1 mil manifestantes seriam do movimento de pequenos agricultores. Eles pretendem sensibilizar o governo do Estado a respeito de reivindicações do grupo para a agricultura, já que a governadora Yeda Crusius estará em um evento na região.
Em Esteio, no km 256 da BR-116, por volta de 7h, cerca de 800 mulheres começaram protesto em frente à empresa Solae. Nesse caso, o trânsito não foi prejudicado. Elas estão no sentido Porto Alegre-interior da rodovia e devem se deslocar para Porto Alegre.
A empresa Solae é fruto de uma parceria entre as empresas Du Pont e a Bunge. Durante o ato, as mulheres amamentaram simbolicamente esqueletos com o objetivo de mostrar que, segundo elas, os efeitos nocivos dos agrotóxicos e dos transgênicos são transmitidos de geração para geração e uma das formas é pelo leite materno.
Participam da mobilização mulheres da Via Campesina, do Movimento de Trabalhadores Desempregados, de sindicatos filiados a Intersindical e do coletivo de mulheres da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A ação em Esteio marca o início da "jornada de lutas do 8 de março" no Rio Grande do Sul.
A RST-569 está interrompida em Palmares do Sul por cerca de 500 pessoas. A manifestação é contra a violência às mulheres.
Outras 100 mulheres também realizam manifestação em frente ao à sede do Incra, em Porto Alegre. Elas devem se encontrar com as demais integrantes do movimento, que estão em Esteio, em frente à reitoria da Ufrgs. As mulheres pretendem denunciar também o que chamam de privatização da tecnologia na universidade, segundo a manifestante Eliane Martins.
(Correio do Povo, 03/032010)