A população gaúcha vem aos poucos adotando medidas preventivas para manter o mosquito transmissor da dengue longe de suas casas. Até agora os principais focos da doença foram encontrados no Noroeste, sobretudo nos municípios de Ijuí e Três de Maio.
No Vale do Rio Pardo não foram confirmados focos do Aedes aegypti, mas o serviço de saúde segue monitorando áreas de possíveis infestações. Em Santa Cruz do Sul a Vigilância Sanitária conta com 240 pontos de observação com armadilhas para larvas. Em nenhum deles foi localizado o inseto, que para transmitir a doença precisará picar alguma pessoa contaminada.
“Até o momento estamos em uma situação mais tranquila, mas não podemos descartar que o mosquito venha transportado em cargas eventualmente trazidas do Noroeste”, disse o agente Leonardo Rodrigues, da Vigilância Sanitária. Ele salienta ainda que o risco de a fêmea – a real transmissora – voar até a região é remota, pois ela teria condições de se deslocar por no máximo três quilômetros.
Mesmo diante dessa aparente situação de controle seguem reforçadas as providências envolvendo a conscientização dos moradores. Um dos cuidados básicos é evitar o acúmulo de água em vasos de plantas.
Outra recomendação envolve oficinas e borracharias onde costumam ser depositados pneus usados. “Temos muitos locais assim, mas por enquanto não está prevista nenhuma operação para limpeza de entulho, como vem ocorrendo na área de contaminação”, salientou Rodrigues.
Desde a confirmação dos primeiros casos de dengue no Rio Grande do Sul, pelo menos 33 pessoas foram contaminadas em Ijuí e outros 85 exames foram encaminhados para laboratórios – os resultados devem ser divulgados nos próximos dias.
Mesmo diante dessas situações, a Secretaria Estadual da Saúde e o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) informam que não há razões técnicas para suspensão de eventos públicos em decorrência do surto de dengue na região Noroeste. Estão mantidos jogos de futebol, shows musicais e outros ao ar livre ou em ambiente fechados. Viagens às áreas de risco não são recomendadas.
(Por Dejair Machado, Gazeta do Sul, 03/03/2010)