Apesar de registrar mais casos de gripe A, Estados como Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, não terão tratamento diferenciado na distribuição das doses da vacina contra a enfermidade que assustou o país.
Em visita a Porto Alegre, ontem, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que o país inteiro será protegido na maior campanha de vacinação brasileira, que começará na segunda-feira.
– Nenhum país do mundo vacina um Estado, um município ou uma região mais afetada. Tem de criar uma proteção do país inteiro, até porque as pessoas circulam de região para região. Vamos vacinar um em cada dois brasileiros, metade da população – disse.
A partir de segunda, em datas distintas, serão vacinados trabalhadores da saúde, indígenas, gestantes, crianças de seis meses a dois anos incompletos (23 meses), população de 20 a 39 anos e doentes crônicos (leia mais ao lado). Aqueles que sofrem de uma doença crônica não precisarão comprovar que têm a enfermidade. Basta chegar a um dos 36 mil pontos de vacinação e informar que pertence ao grupo dos doentes crônicos.
Na avaliação do ministro, há a possibilidade de pessoas se aproveitarem da situação para se vacinar estando fora dos grupos de risco ou das datas, mas a expectativa é confiar no senso de responsabilidade da população:
– Se a pessoa não necessita da vacina, não está na faixa etária ou dentro dos critérios de risco, e procura um posto, está deixando alguém que realmente precisa sem ser vacinado.
A rede privada também deverá oferecer a vacina. A expectativa do Ministério da Saúde é de que a dose custe, aproximadamente, R$ 50. Além das 90 milhões de doses, o governo tem uma reserva estratégica, o que deverá evitar a falta do produto. Vacinar toda a população seria um gasto exagerado e desnecessário do ponto de vista epidemiológico, na avaliação do ministro. Quem já teve a gripe no ano passado também deve se vacinar.
(Zero Hora, 03/03/2010)