José Antonio de Aguilar Tinoco, defensor dos últimos remanescentes das florestas tropicais da região, e sua esposa, foram encontrados mortos em circunstâncias violentas no último dia 25 de fevereiro. O casal residia em “Hoja Blanca”, província de Esmeraldas, na divisa com a floresta protegida de “El Pambilar”, a qual, em 2002, foi ilegalmente adjudicada pelo governo à madeireira “Bosques Tropicales S.A – BOTROSA”, de propriedade do grupo empresarial “Peña Durini”.
Durante mais de dez anos, José Aguilar foi um defensor dos direitos da natureza e denunciou valentemente todas as atrocidades sofridas pelos camponeses locais, incluindo ele próprio. Seu testemunho foi colhido em vídeo elaborado por nossos companheiros da organização “Acción Ecológica”:
Além das violações mostradas no vídeo, José Aguilar foi ainda processado pela “BOTROSA”, por suposta organização de cooperativas falsas e invadir propriedade privada. A ação foi arquivada em 2.008, após uma anistia concedida pela Assembléia Nacional Constituinte do Equador, em favor de líderes de movimentos sociais criminalizados por defender seus direitos. Sua morte e de sua esposa coincidem com a inédita e histórica decisão de uma juíza de devolver ao controle estatal a floresta de “El Pambilar”.
Nosso papel
O mínimo que a gente pode fazer é atender ao pedido dos companheiros e divulgar a notícia. Infelizmente, não é a primeira vez que isso acontece. Estivemos naquele país em 2.008 e realizamos várias atividades com a “Acción”. Pudemos sentir na pele como é um confronto com os agentes do capital naqueles confins de floresta amazônica, onde pequenas comunidades, distantes de tudo e de todos, sofrem tais ataques.
O mesmo tipo de situação a gente também encontra na Venezuela, no Peru e na Colômbia. Nesta última, a gente ainda fica no fogo cruzado entre as FARC, exército e paramilitares. Por isso, sempre que possível, divulgamos o material que recebemos dos companheiros desses e de outros locais, principalmente nas atividades que apresentamos em escolas e em comunidades da nossa região.
É muito importante essa divulgação, porque há uma repressão muito grande por lá e, acima de tudo, não há como fazer com que os vídeos, fotos, entrevistas e etc. cheguem até os grandes centros. Afinal, essa luta é de todos nós.
(Ação Eco Socialista, 01/03/2010)