A Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) já removeu 86,8 toneladas de peixes mortos da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio, desde as 7h da ultima sexta-feira (26) até a tarde desta segunda. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, duas boias de monitoramento serão instaladas em data ainda não determinada no local para acompanhar as condições da água na superfície e no fundo da lagoa.
O resultado do laudo técnico da secretaria deve sair somente na semana que vem. Os trabalhos no local já foram encerrados e contaram com 102 garis, sendo que 12 deles trabalharam em duas embarcações.
A secretária Estadual do Ambiente, Marilene Ramos, afirmou no final da tarde desta segunda que o aumento de algas microscópicas de grupo ainda não identificado na água pode ter sido a causa da mortandade de peixes. Segundo ela, as condições climáticas e o acúmulo de nutrientes favoreceu a proliferação dessas algas flageladas.
A gerente de avaliação de qualidade de água do Imea (Instituto Estadual de Ambiente), Fátima Soares, descartou que enha aumentado o esgoto jogado na lagoa, e afirmou quer não foi constatado, durante a medição na semana passada, a diminuição do nível de oxigenação da água.
"O resultado da medição de oxigênio não mudou da lagoa, ficou entre 6 e 7 mm por litro de oxigênio dissolvido na superfície da água, e entre 3,2 e 3,7 mm no fundo. O peixe tem condições de se manter com até 2,3 mm por litro de oxigênio no água", explicou.
De acordo com a professora de Ficologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Mariângela Meneses, nunca foi registrado um nível tão alto do micro-organismo com potencial tóxico na lagoa. Segundo ela, foi registrado 400 mil algas por milímetro de água --o normal é 80 mil.
A operação de limpeza da lagoa contou ainda com dois caminhões e duas caixas de entulho, além da catamarã da empresa EBX. Ao todo, foram encontrados três espécies diferentes de peixes mortos na lagoa.
(Por Diana Brito, Folha Online, 01/03/2010)