A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou na última semana a liberação comercial de uma levedura transgênica que permite a produção de diesel usando a cana-de-açúcar. É a primeira vez que um transgênico desse tipo é aprovado pela comissão.
Segundo notícia publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em 12/02, “a rapidez na tramitação surpreendeu até mesmo a empresa que desenvolveu o organismo geneticamente modificado.” Luciana Di Ciero, gerente da empresa, declarou ao jornal: “Vamos ter de apressar a finalização da linha de produção. Não estávamos contando com tanta agilidade”.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) levou quatro meses para liberar comercialmente a levedura geneticamente modificada, contados a partir da apresentação do processo.
Nadando contra corrente
Dados do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (na sigla em inglês, ISAAA) também mostram que a área com transgênicos diminuiu em 7 países em 2009: China (3%), Paraguai (19%), Espanha (4%), Alemanha (100%, resultado da moratória), República Tcheca (31%), Romênia (57%), Eslováquia (54%). Além da Alemanha, França, Áustria, Grécia, Hungria e Luxemburgo também proibiram o milho Bt YeldGuard MON 810 da Monsanto em decorrência de seus impactos à saúde e ao meio ambiente.
Em 2009, os produtores da União Europeia (UE) reduziram em 11% a área plantada com transgênicos, segundo relatório do Greenpeace. A área de milho com semente da Monsanto, a única usada pelos produtores europeus, recuou de 106,7 mil hectares em 2008 para 94,7 mil em 2009. O relatório atribui a queda aos altos preços das sementes, à falta de mercado e às exigências de segregação na UE.
No mesmo período abordado pelo último relatório dessa ONG da indústria, nenhum novo país abriu suas portas para as sementes transgênicas.
Já o Brasil aparece na lista do ISAAA como o segundo maior plantador de transgênicos do mundo, ficando atrás somente dos EUA. E não por acaso, o Brasil é também o maior consumidor de agrotóxicos do mundo.
Com informações de O Estado de S.Paulo, Valor Econômico e Pratos Limpos
(MST, 26/02/2010)