Proposta prevê a construção de prédios comerciais, estabelecimentos privados e alguns espaços culturais. Alguns empreendimentos poderiam chegar a mais de 100 metros de altura no centro da capital gaúcha
O Cais Mauá, um dos principais pontos turísticos de Porto Alegre (RS), poderá ser modificado nos próximos anos. O prefeito da capital gaúcha, José Fogaça (PMDB), recebeu da Câmara Municipal de Vereadores o projeto que modifica a paissagem do Cais Mauá, as margens do Rio Guaíba.
O projeto prevê a construção de prédios comerciais, estabelecimentos privados e alguns espaços culturais. Na proposta encaminhada ao prefeito, está prevista a construção de prédios com mais de 100 metros de altura, próximo à Estação Rodoviária da capital. Ambientalistas, urbanistas e arquitetos do Movimento em Defesa da Orla do Guaíba anunciaram que vão recorrer ao Ministério Público Estadual, caso o prefeito sancione o projeto.
A vereadora do PSOL, Fernanda Melchionna, também é contra as modificações. Ela alerta para os problemas ambientais e questiona se as propostas podem prejudicar a preservação das águas do Guaíba.
“O projeto de revitalização do Cais Mauá segue a mesma lógica: desenvolvimento acelerado, sem levar em consideração os impactos sociais, ambientais e patrimoniais da cidade de Porto Alegre. O projeto apresentado aqui na Câmara não respeita a legislação internacional de preservação das orlas do rio e coloca a possibilidade de construir “espigões” de até 100 metros de altura, quando o limite de Porto Alegre é 52 metros.”
Os empreendimentos previstos para a área do Cais Mauá deverão ser realizados por meio de Parceria Público-Privada (PPP), orçados em R$ 500 milhões. Após a sanção do projeto, a expectativa é de que as obras sejam iniciadas e concluídas até 2014, quando a capital será sede dos jogos da Copa do Mundo de Futebol.
A área do Cais Mauá tem 1,8 quilômetros quadrados e 3,3 quilômetros de extensão. Dos 12 armazéns instalados nesse trecho, 11 são tombados pelo patrimônio histórico do município.
(Por Bianca Costa, Radioagência NP, Brasil de Fato, 23/02/2010)