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maus tratos crueldade com animais
2010-02-26 | Tatianaf

Tradicionalistas e ambientalistas reconhecem que cavalos sofrem com a Cavalgada do Mar por não estarem preparados

Celebração do elo entre o gaúcho e seu pingo, a 26ª Cavalgada do Mar acabou revelando a negligência de tradicionalistas com seus cavalos. O cuidado inadequado provocou a morte de dois equinos e deixou doentes outros 15 no sábado, primeira dia da jornada. Revoltados com o que entendem como maus-tratos, mais de duas dezenas de entidades de defesa dos animais lançaram uma “Carta Aberta aos Gaúchos de Bom Senso” e programaram para hoje um protesto em frente ao Palácio Piratini. Eles pedem o fim da atividade.

O descuido com os animais por parte de participantes foi reconhecido pelos organizadores. Conforme o veterinário da cavalgada, Alexandre Monteverde, no mínimo 30% dos cavalos forçados a percorrer 240 quilômetros em oito dias não têm condição física para a tarefa. Ele conta que os dois mortos eram obesos e sedentários, levados para o sacrifício por donos sem conhecimento. Morreram com sinais de desidratação extrema e cansaço. O presidente da Fundação Cultural Cavalgada do Mar, Vilmar Romera reconhece que ocorrem “absurdos”, como no caso de um cavaleiro que chegou com uma égua prenhe.

– Cavalo só morre por falta de cuidado. Tem cara que traz para a cavalgada animal que ficou três meses comendo dentro de cocheira. Tem gente aqui que nunca viu cavalo. Que só sabe diferenciar o cavalo de uma vaca por causa da guampa – afirma.

Apesar de reconhecer a falta de cuidado, Romera não considera que tenha qualquer responsabilidade como organizador da cavalgada e não compreende os protestos.

– Que culpa eu tenho se tu matas o teu cavalo? Morreram dois, o que é natural. Se morrerem 15 cavalos, não tenho nada com isso. Quem sou eu para dizer que alguém não pode participar? O animal tem de ser preparado. Esse é um problema do dono do cavalo. É como mulher. Se tu não tratares bem, vais levar guampa – diz Romera.

Protesto será em frente ao Piratini
Fazia 12 anos que não morriam animais durante a cavalgada. Em uma edição de 15 atrás, no entanto, chegaram a morrer oito. O problema está no perfil de cavalos e cavaleiros. Segundo Monteverde, veterinário da cavalgada, os equinos deixaram de ser animais de tração e trabalho para se transformar em “pets”, como cães e gatos de estimação. E seus donos são profissionais urbanos que os mantêm em hotéis para cavalos, onde só vão vê-los nos finais de semana.

– Esses animais não se exercitam e ficam obesos. Como nunca foram submetidos a esforço, no momento em que vêm para a caminhada podem sofrer. A maioria dos que participam não foi a um veterinário para uma avaliação.

A notícia das mortes provocou indignação de protetores dos animais. Para eles, o calor excessivo, a falta de preparo e as longas distâncias configuram crueldade. Na Carta Aberta, as entidades afirmam que “o dito companheiro do gaúcho, um dos símbolos do pago, está sendo vilipendiado (...) por tradicionalistas de fim de semana” e pedem o fim imediato da cavalgada. A manifestação de hoje foi marcada defronte ao Palácio Piratini porque a governadora Yeda Crusius participou da abertura do evento.

– Os verdadeiros tradicionalistas deveriam tratar os cavalos com respeito e dignidade – critica Helena Dutra, do Grupo pela Abolição do Especismo.

A cavalgada também é censurada por pessoas do ramo, como o veterinário Hugo Farias, diretor-técnico no Estado da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga. Participante de jornadas muito mais exigentes, nas quais os animais fazem de 45 a 55 quilômetros por dia durante 15 dias, ele critica a falta de preparo dos participantes do evento do Litoral e o sofrimento a que as montarias são submetidas.

– Normalmente, são cavalos de lazer, de pessoas que pensam que cavalgar é sentar em cima. O dono acha que aguentam tudo. Mas são animais preparados para a beleza, o que significa que são tratados para ter gordura – afirma Farias.

(Por Itamar Melo, Zero Hora, 26/02/2010)


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