A Klabin comprou fazendas no Mato Grosso do Sul, levantando suspeitas do interesse da tradicional fabricante de papel em abrir uma nova fronteira no Centro-Oeste.
A empresa adquiriu duas fazendas em Inocência (MS), município a 320 quilômetros à leste da capital Campo Grande. As propriedades, antes usadas para a criação de gado, já possuem plantios de eucaliptos.
As fazendas Barraca e Sobradinho foram compradas por meio de uma subsidiária integral da Klabin, a Timber Holdings. Empresas de papel e celulose costumam adquirir propriedades rurais com nomes diferentes de forma a evitar a disparada no preço de terras.
"Eles já fizeram o recolhimento do ITBI (imposto sobre a transmissão de bens imóveis", disse o secretário de finanças de Inocência, Gilmarez Leal.
Em 2009, a Fibria e a International Paper deram largada a grandes projetos de expansão do setor na região Centro-Oeste, inaugurando, respectivamente, fábricas de celulose e papel no município de Três Lagoas (MS).
A Klabin tem o interesse em garantir o abastecimento de matéria-prima para seus projetos de expansão. A centenária companhia planeja investir em uma nova fábrica de produção de papel-cartão, utilizado em embalagens do tipo longa vida.
Para suprir a produção da fábrica de papel, a empresa poderá erguer uma unidade de celulose que também atenderia o mercado externo.
A Klabin disse, por meio de sua assessoria, que "realiza atividades de pesquisa florestal" no Mato Grosso do Sul e "não tem planos para instalação de uma fábrica de celulose na região".
Uma pessoa ligada à empresa disse que não há definição sobre o projeto. "Nem investimentos, sequer lugar (estão definidos)", disse a fonte, lembrando que o Estado do Paraná é o preferencial da empresa, onde estão as maiores unidades da Klabin.
(Por André Vieira, iG São Paulo, 12/02/2010)