A epidemia da gripe A (H1N1) ainda não atingiu seu pico, disse ontem um comitê de especialistas que aconselha a Organização Mundial da Saúde.
"O comitê alertou que é prematuro concluir que todas as partes do mundo tenham experimentado o pico de transmissão da gripe H1N1 pandêmica e afirmou que são necessárias mais informações -e mais tempo- para fornecer uma orientação sobre o status da pandemia", disse Gregory Hartl, porta-voz da OMS.
O anúncio oficial da posição da entidade sobre a pandemia deve ser feito hoje em Genebra. O comitê de emergência, composto por 15 especialistas, fez recomendações confidenciais à diretora-geral da OMS, Margareth Chan, que informará sua decisão aos ministros da saúde dos 192 países membros da entidade, mais o Vaticano.
A Organização Mundial da Saúde declarou em junho do ano passado que o vírus estava causando a primeira pandemia de gripe em mais de 40 anos, depois de ter se espalhado do México e dos Estados Unidos para o mundo em seis semanas.
De acordo com a entidade, o vírus da nova gripe matou 16 mil pessoas, mas esses números são subestimados, já que poucos pacientes são testados e diagnosticados. Apenas após um ou dois anos do fim da epidemia, será possível estabelecer o verdadeiro número de mortos, segundo a organização.
Tamiflu
O Tamiflu, nome comercial do antiviral oseltamivir, usado para tratar a gripe A, será incluído no programa Farmácia Popular, do Ministério da Saúde, a partir de 15 de abril, conforme portaria publicada no "Diário Oficial da União".
A inclusão, que estava prevista na estratégia nacional de enfrentamento da segunda onda da gripe, significa que as farmácias conveniadas poderão vender o medicamento a preços subsidiados. O ministério repassa à farmácia particular que faz parte do programa até 90% do valor de referência definido.
Desde o dia 23 de dezembro passado, o oseltamivir só pode ser comprado mediante retenção da receita, e a prescrição médica tem validade de cinco dias. A receita pode ser emitida por médico das redes pública e privada. Com ela em mãos, qualquer pessoa pode comprar o medicamento.
O Ministério da Saúde tem um estoque de 21,9 milhões de doses do remédio, que serão distribuídas gratuitamente em postos e hospitais das Secretarias Estaduais de Saúde e nas 560 unidades próprias da Farmácia Popular. As farmácias particulares subsidiadas pelo programa deverão adquirir o medicamento diretamente com o fabricante.
Segundo a assessoria de imprensa da Roche, que fabrica o Tamiflu, a produção do remédio foi destinada ao Ministério da Saúde e não há previsão de quando haverá estoque para abastecer o setor privado.
(Folha de S.Paulo, 24/02/2010)