Os planos federais australianos para regular as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) através de um esquema de comércio de emissões foram adiados pelo Senado novamente para serem discutidos em maio, apesar das expectativas de aprovação serem pequenas.
O partido trabalhista do primeiro ministro Kevin Rudd não conseguiu arrecadar o apoio necessário entre os parlamentares para aprovar uma moção que permitiria a continuação do debate na atual seção parlamentar.
A derrota significa que o debate não pode continuar até maio, no mínimo, explicou o Sydney Morning Herald, acabando efetivamente com a oportunidade do governo de fazer com que a legislação desencadeasse uma dissolução de ambas as câmaras do Parlamento e posterior eleição, o que seria possível já que o pacote de leis já foi rejeitado duas vezes.
As pesquisas de opinião demonstram que com o passar do tempo a oposição da população ao plano climático do governo cresce, sob influência também do fraco resultado do encontro de Copenhague, o que pode afetar o apoio a candidatura de Rudd nas eleições marcadas para o final do ano.
O partido verde tem defendido um plano climático alternativo na Austrália, envolvendo uma taxa temporária sobre o carbono que poderia ser aplicada rapidamente. O governo está considerando esta opção, mas qualquer acordo teria que ganhar o apoio dos Senadores.
O plano de Rudd regularia as emissões de mais de 1 mil dos maiores poluidores australianos e entraria em vigor em 2011. O objetivo é auxiliar a cumprir a meta do país de cortar em no mínimo 5% as emissões de GEEs até 2020 em relação ao nível de 2000.
(Por Fernanda B. Muller, CarbonoBrasil/Agências internacionais, 24/02/2010)