O bioma é mais rico e heterogênio do que se imagina
O Pampa é o bioma brasileiro que mais demorou para receber a atenção de ambientalistas e conservacionistas. Sua paisagem de campo esconde a devastação sofrida pelo ambiente que, mesmo devastado, continua sendo campo. Por este motivo, a rica diversidade presente no bioma ainda é pouco estudada e conhecida. Muitas de suas espécies ainda não foram descobertas ou descritas pela literatura científica.
Um projeto desenvolvido pelo departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, vai pesquisar a riqueza e distribuição de anfíbios e répteis presentes no Pampa. “O bioma não é tão pobre nem tão homogêneo como se imaginava. Há uma diversidade escondida na região e muitas espécies ainda são desconhecidas. Queremos identificar quais as áreas de maior riqueza”, afirma o biólogo e coordenador do projeto, Márcio Borges Martins.
A diversidade de répteis e anfíbios nos Pampas é muito grande. “Elas são pouco estudadas e existem muitas espécies novas, que precisam ser descritas, além de não conhecermos a distribuição destas espécies no bioma”, explica o pesquisador.
Os dados levantados pelo projeto vão permitir ainda a identificação de áreas prioritárias para a criação de unidades de conservação. Atualmente, menos de 0,5% do bioma está inserido em unidades de conservação de proteção integral e as áreas com remanescentes são pequenas e fragmentadas. “Até recentemente, pouca atenção era dispensada para a conservação das formações de campo, se comparada às florestas tropicais. Apenas recentemente se iniciaram alguns esforços para a conservação do bioma”, comenta Martins.
O projeto contempla a região norte do bioma Pampa, incluindo a porção sul do Rio Grande do Sul e entendendo-se ao Uruguai.
(Texto enviado por E-mail ao AmbienteJÁ, 24/02/2010)