Os estragos provocados em residências de uma comunidade localizada no interior do município de Rio Grande, no sul do Estado, podem ter sido causados por um tornado. Ventos de 86 km/h danificaram 20 casas e feriram três pessoas.
Para a meteorologista, Vladair Oliveira, do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet), o raio de ação dos ventos, o curto espaço de tempo de ocorrência do fenômeno e a velocidade podem configurar a formação de um tornado:
– Aparentemente pode-se ter registrado um tornado por lá. Para confirmar isso, teríamos que ter um estudo maior no local. Se foi um tornado, era um de menor intensidade e pequenas proporções.
As rajadas da madrugada devastaram casas na localidade do Bolaxa, próxima à praia do Cassino. Por volta das 3h de ontem, os ventos, seguidos de forte chuva, destelharam cerca de 20 residências, destruindo duas delas. Três pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade.
Segundo a Praticagem da Barra, empresa que monitora a entrada e saída de embarcações do Porto de Rio Grande, os ventos atingiram 86 km/h, velocidade capaz de erguer telhados, causar rachaduras em paredes e derrubar árvores sobre a rede elétrica. A região ficou sem luz, problema solucionado pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) ainda pela manhã.
O vendaval pegou os moradores do Bolaxa de surpresa. A dona de casa Cleuza Pires, 37 anos, foi atingida por um tijolo dentro de sua residência.
– Eu estava deitada quando deu o vento. Acordei com o impacto do tijolo na minha cabeça. Felizmente foi só um susto – disse, ainda assustada.
A Defesa Civil mobilizou suas equipes e passou o dia na localidade, ajudando a socorrer os feridos e desabrigados. À tarde distribuiu lonas, kits com colchões e lençóis, além de cestas básicas.
A Superintendência do Porto de Rio Grande enviou efetivo para auxiliar nos trabalhos, em especial o de reconstrução das casas atingidas.
(Zero Hora, 24/02/2010)