Doze países participantes da Comissão Internacional da Baleia (CIB), entre eles o Brasil, divulgaram proposta que é um golpe de arpão na luta em prol da conservação dos cetáceos no mundo. Em documento oficial, abrem perigosa brecha para a volta da caça comercial de baleias e golfinhos, suspensa desde 1982.
Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de oceanos do Greenpeace, junto com representantes de outras ONGs, está em Brasília para uma conversa com Fábio Vaz Pitaluga, representante do país na CIB, no Itamaraty. Eles cobram um posicionamento oficial do governo sobre o assunto. “Queremos saber agora qual é a postura a ser adotada pelo país frente a essa nova declaração da CIB e se ainda nosso país continua a ser contra a caça de baleias”, diz Leandra.
A nova proposta estabelece uma troca pouco vantajosa para o lado animal: Proibição da matança para fim de pesquisa, desculpa utilizada até hoje pelo Japão, com a contrapartida da abertura para a caça comercial, mediante cotas estabelecidas pela Comissão. O limite para essas cotas, no entanto, permanece desconhecido.
Dito de outra forma, este acordo apenas legaliza o crime japonês, praticado sob o falso argumento do interesse científico. Na esteira desta polêmica, dois ativistas do Greenpeace no Japão, Junichi Sato e Toru Suzuki passam atualmente por um julgamento de cunho puramente político e correm o risco de passar mais de 10 anos na cadeia.
Resta sabermos agora o que pensa o governo brasileiro a este respeito.
(Blog do Greenpeace, 23/02/2010)