A Embrapa Acre, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, está pesquisando óleos essenciais de pimenta-de-macaco (Piper aduncum), para serem utilizados como inseticidas orgânicos. Segundo o pesquisador Murilo Fanzolin, coordenador do projeto, uma das metas da Embrapa Acre, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é prospectar no mercado elementos da biodiversidade amazônica para o desenvolvimento de produtos diferenciados. A pimenta-de-macaco é uma espécie nativa da Amazônia, encontrada em abundância em áreas de capoeira, principalmente no Acre.
“A grande demanda nacional e mundial para o mercado de inseticidas biológicos foi um dos motivos para desenvolvermos essa pesquisa. Também pretendemos atender à agricultura orgânica. No Brasil, em 2008, foram cultivados 932 mil hectares para produção orgânica certificada”, afirma Fanzolin.
O projeto de pesquisa irá durar dois anos e os experimentos iniciais serão realizados em lavouras de milho. A ideia é utilizar o inseticida orgânico no controle também de outras pragas da agricultura. As pesquisas que envolvem os óleos essenciais das pimentas-longas, que incluí a pimenta-de-macaco, na Embrapa Acre duram cerca de dez anos.
Sinérgicos
Além de atuarem como inseticidas, esses produtos também estão sendo testados como sinérgicos, substâncias utilizadas para aumentar a potência de inseticidas comerciais, o que proporciona uma redução das doses aplicadas no ambiente.
Para o pesquisador da área de biologia animal da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Raul Guedes, que esteve em Rio Branco este mês para estruturar o projeto de cooperação técnica entre as duas instituições, a pesquisa com óleos essenciais de pimenta-de-macaco engloba um bom argumento técnico, científico e comercial “A ideia é interessante porque a demanda por inseticidas é grande e poucas instituições trabalham com a possibilidade de aumentar a potência dos produtos existentes”, finaliza.
(Por Priscila Viudes, Embrapa Acre, EcoAgência, 22/02/2010)