Depois da confirmação oficial do surto de dengue em Ijuí, no Noroeste gaúcho, 26 equipes da Vigilância Ambiental do município iniciaram ontem os trabalhos de pulverização de inseticida nos bairros Progresso e São Paulo. O objetivo é eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Até ontem, haviam sido encaminhadas amostras laboratoriais de dez casos suspeitos, sendo sete com resultado positivo, concentrados nos bairros São Paulo, Centro e Progresso. Os exames foram enviados para o laboratório Adolfo Lutz, em São Paulo, onde serão analisados.
De acordo com a prefeitura de Ijuí, há cerca de um mês foi emitido um alerta de aumento do índice de infestação predial da dengue na cidade, de 0,73% em dezembro para 1,8% em janeiro. Em fevereiro, o número subiu para 1,95%. Conforme o Ministério da Saúde, o índice de até 1% não apresenta risco de surto. No entanto, a Vigilância Ambiental de Ijuí estima que o percentual pode chegar a 4% até o mês de abril, o que requer medidas para evitar o alastramento dos focos do mosquito.
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), da Secretaria Estadual da Saúde, emitiu ontem uma nota técnica sobre o surto de dengue no Rio Grande do Sul. Além dos sete registros autóctones em Ijuí, o Cevs já contabilizava até sábado outros 43 casos suspeitos de dengue, sendo 12 confirmados - todos importados. Quanto à presença do vetor, 53 municípios encontram-se na condição de infestados.
A secretaria enviou ontem para Ijuí duas caminhonetes com nebulizadores de inseticida e quatro máquinas portáteis para auxiliar no combate ao mosquito. Seis agentes de vigilância sanitária de outras Coordenadorias Regionais da Saúde auxiliarão na tarefa.
O secretário Osmar Terra reúne-se hoje com o prefeito da cidade, Fiovante Ballin, e autoridades locais para discutir a formação de uma rede de colaboradores no combate à doença. Antes, pela manhã, Terra promove uma oficina de mobilização contra a dengue com secretários de Saúde de todo o Estado. A preocupação é que o surto atinja Porto Alegre, pelo fluxo de viajantes que chegam à Capital e pelo grau de infestação registrado.
(JC-RS, 23/02/2010)