Famílias indígenas de etnia caingangue invadiram, neste mês, uma área de terra da Ufrgs, na avenida Protásio Alves, 9611, na Capital. "Não temos como contar histórias indígenas dentro de uma vila. As crianças estão perdendo nossos costumes e algumas não falam mais o nosso idioma", explicou Jaime Keentag Alves, um dos líderes do Movimento de Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul. Homens, mulheres e crianças preferiram o contato com a natureza a ficar na vila Safira, onde viviam há 18 anos. Apesar da falta de infraestrutura, afirmam que ficarão na área da Ufrgs até que uma decisão seja adotada.
Alves garante que a intenção não é gerar conflito, mas encontrar um meio de preservar a cultura caingangue. A região ocupada corresponde à maior área de preservação ambiental da Capital. Segundo o vice-reitor da Ufrgs, Rui Vicente Oppermann, serão tomadas as medidas cabíveis, "mas como a Ufrgs é um organismo federal, a posse da terra vai muito além da própria universidade".
(Correio do Povo, 22/02/2010)