Plantas da espécie sibipiruna não estariam causando problemas; ornamentação do canteiro também é contestada
Moradores da Rua Esperanto, do bairro Alto do Parque, contestam a versão dadA pelo secretário da Agricultura de Lajeado, Waldir Gisch, sobre o corte de quatro árvores nativas da espécie sibipiruna, em notícia publicada no jornal O Informativo do Vale, na edição de sábado. O fato aconteceu sexta-feira e surpreendeu a população, que acredita não existir motivo para a eliminação das plantas. “A informação dada pelo secretário, de que estariam danificando a calçada, não é verdadeira, porque estavam plantadas no canteiro central da rua, onde não existe passeio público”, reclamou um morador, que solicitou que seu nome não fosse divulgado. O argumento de que eram plantas velhas também não foi aceito, porque estavam plantadas no local há cerca de 20 anos, e as árvores dessa espécie duram até cem anos.
Outra justificativa dada por Gisch, que havia informado que um morador iria assumir o espaço e transformá-lo em pequeno jardim, também não foi aceita. Os moradores revelam que ninguém foi consultado e que o local é público, e não poderá beneficiar os interesses de uma só pessoa. O assunto ainda vai dar muito o que falar, porque já corre pela Rua Esperanto um abaixo-assinado para ser entregue ao Ministério Público. Nele é questionado o real motivo do corte das árvores e solicitado que sejam apurados os interesses dos envolvidos no fato. Os moradores também querem que haja o enquadramento como crime ambiental, por se tratar de árvores nativas.
Ontem pela manhã, compareceu ao local presidente da Câmara, vereador Ito Lanius, que lamentou o corte das árvores. “Temos que conversar com quem deu a autorização e saber as razões. O que dá para observar é que são árvores sadias e que não estavam causando problemas.” Como ex-integrante da Câmara Júnior, Lanius lembrou que parte das árvores de sibipiruna da Rua Esperanto foi plantada como tarefa de gincana promovida pela entidade.
Uma empresa estava trabalhando ontem na remoção dos tocos e raízes das árvores. No local foram plantadas palmeiras da espécie jerivá. O proprietário da empresa não assumiu a responsabilidade pelas licenças para executar o serviço. “Tem que falar com o pessoal da prefeitura, que fez o corte das árvores, e com a pessoa que me contratou para fazer o serviço.”
(Por Deolí Gräff, O Informativo do Vale, 22/02/2010)