Uma chuva torrencial paralisou Buenos Aires na tarde de sexta-feira, provocada por uma frente fria que deve provocar mau tempo no Rio Grande do Sul no domingo.

A queda de 80 milímetros de água em apenas duas horas alagou ruas de vários bairros, atrapalhou o funcionamento de trens e metrô, deixou o trânsito caótico e levou a cortes preventivos de energia. Informações preliminares indicavam duas pessoas desaparecidas.

Segundo relatos do jornal Clarín, a chuva provocou um “colapso” em Buenos Aires. Apenas quatro dias depois de um outro temporal, o mau tempo inundou regiões como Palermo e Belgrano, onde foi necessária a intervenção da Defesa Civil argentina para retirar pessoas de pontos alagados com o auxílio de botes.

Praticamente todas as linhas de metrô e trens precisaram ser interrompidas, e foram registrados atrasos e cancelamentos de voos nos aeroportos da cidade.

Com esses serviços de transporte prejudicados, ruas inundadas, 170 sinaleiras desligadas e acesso interrompido a várias avenidas e rodovias importantes, o trânsito rapidamente se tornou caótico. Houve relatos de acidentes e congestionamentos de mais de três quilômetros na rodovia Buenos Aires-La Plata. Para evitar acidentes com energia elétrica, o fornecimento foi suspenso para pelo menos 60 mil consumidores de diversos bairros.

A região metropolitana de Buenos Aires também foi bastante afetada pela precipitação, registrando transbordamento de rios e arroios e chuva de granizo. Em Florencio Varela, um morador ouvido pelo Clarín desabafou:

– Há mais de mil famílias com quase um metro e meio de água dentro de suas casas.

Também nas cercanias do Distrito Federal, duas pessoas teriam desaparecido. Uma delas seria um menino de 11 anos que se encontrava ao lado de um arroio, em La Matanza, e teria escorregado. Ele foi procurado por mais de quatro horas, sem sucesso. Até a manhã de sábado, não havia informações mais detalhadas sobre o segundo desaparecido.

De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional, a chuva deveria se manter durante todo o sábado, embora em menor intensidade, até a manhã de domingo.

(Zero Hora, 21/02/2010)