A Eletronuclear – estatal responsável pela operação das usinas nucleares no Brasil – assina amanhã (18) e sexta-feira (19) termos de compromisso de compensações socioambientais da Usina Nuclear Angra 3, com as prefeituras de Rio Claro e Paraty.
Os municípios ficam na área de influência da empresa, na Costa Verde do estado do Rio de Janeiro. Serão destinados R$ 46 milhões à cidade de Paraty e R$ 14 milhões para Rio Claro. Segundo o superintendente de Responsabilidade Socioambiental da Eletronuclear, Paulo Gonçalves, os recursos serão aplicados ao longo dos próximos seis anos e “vão modificar completamente a infraestrutura dos municípios”.
Gonçalves destacou que os moradores dos municípios e da região vão atuar diretamente nos projetos da Eletronuclear, por isso haverá um processo de formação das pessoas.
O prefeito de Rio Claro, Raul Machado, afirmou que R$ 1,6 milhão serão empregados na criação e aparelhamento do Centro de Estudos Agroambiental. De acordo com Machado, a cidade tem investido na preservação e conservação ambiental. “Nós somos pioneiros no projeto de pagamento de serviço ambiental. É o projeto Produtores de Água e Floresta.”
O prefeito enfatizou a necessidade de se preservar as matas ciliares e as nascentes dos rios, em especial as do rio Piraí. Machado destacou também a construção de uma escola de ensino fundamental, orçada em R$ 3 milhões, entre as obras prioritárias para as compensações socioambientais de Angra 3.
O superintendente da Eletronuclear afirmou que projetos nas áreas de educação, saúde, saneamento e meio ambiente terão prioridade nos dois municípios, a exemplo do que ficou estabelecido em Angra dos Reis, onde as compensações pela construção de Angra 3 alcançam R$ 150,4 milhões. “Eles [os projetos de Angra dos Reis e os de Rio Claro e Paraty] são muito semelhantes, porque a gente agrupou [os projetos] em políticas públicas”, disse Gonçalves.
Ele lembrou que a contrapartida total para as obras de construção da nova usina nuclear envolve ainda recursos no montante de R$ 165 milhões. Para Paraty e Rio Claro, as contrapartidas somam R$ 16 milhões e R$ 8 milhões, respectivamente. Esses recursos adicionais serão investidos nos municípios, pela Eletronuclear, junto com outras entidades, durante o tempo de construção da usina.
Em Paraty, um dos principais projetos na área ambiental é a destinação final de resíduos sólidos no aterro sanitário. “Eles têm um problema sério com o lixão da cidade e estão destinando grande parte do valor de meio ambiente para esse projeto”, informou Gonçalves. O custo é de R$ 1,156 milhão.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 17/02/2010)