Escolhido nesta quarta-feira (10) presidente da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), o agrônomo Edilson Paiva defendeu a liberação comercial de plantas geneticamente modificadas e criticou a oposição a esses organismos.
"Trabalhamos com a fronteira do conhecimento, e os grupos contrários são muito eficientes em assustar", disse à Folha.
Cabe à CTNBio analisar pedidos de pesquisas e de liberação comercial de organismos geneticamente modificados.
Nos últimos quatro anos, foram liberadas 20 variedades transgênicas de milho, algodão e soja. As primeiras aprovações ocorreram depois de constatado o plantio clandestino de soja e algodão transgênicos.
Atualmente, há oito novos pedidos em pauta, inclusive da primeira variedade de arroz transgênico no país. Para Paiva, variedades transgênicas "são uma necessidade, uma realidade para a qual não há retorno".
Pesquisador da Embrapa por 35 anos, com doutorado em engenharia genética, ele cita que culturas geneticamente modificadas já ocupam mais de 140 milhões de hectares no mundo.
Paiva se manifestou contrário à rotulagem de alimentos que contenham transgênicos: "Pessoalmente, acho que seria desnecessário, porque esses alimentos não causam nenhum risco".
No final do ano passado, na condição de vice-presidente da CTNBio, alinhou-se com o então presidente Walter Colli na interpretação que desobriga as empresas que comercializam ou usam transgênicos na produção de alimentos de rastrear esses eventuais efeitos após a liberação comercial de determinada variedade.
(Por MARTA SALOMON, Folha de S. Paulo, 11/02/2010)