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cvrd passivos da mineração
2010-02-11 | Tatianaf

A exploração dos bens naturais, da água e do solo, e a precarização da força de trabalho dos povos explorados pela Vale em todo o mundo, serão temas do “I Encontro de Populações, Comunidades, Trabalhadores e Trabalhadoras afetadas pela Vale”, que será realizado por movimentos sociais do País e também do Canadá, Chile, Argentina, Guatemala, Peru e Moçambique, entre os dias 12 e 15 de abril próximo, no Rio de Janeiro.

O objetivo é alertar para a imagem vendida pela mineradora em suas propagandas, que oculta a real postura da empresa. “Em 2008, a Vale gastou R$ 178,8 milhões em propaganda (Ibope Monitor). As bonitas imagens omitem a face oculta da empresa, construindo no imaginário do brasileiro comum a imagem de uma Vale patriota e paternal. Não é isso, contudo, o que pensam as pessoas que vivem nos territórios explorados pela Vale, seja no Brasil ou nos outros países em que a companhia está presente”.

Ao todo, 36 entidades organizadas assinam a convocação para o encontro, que vai demonstrar, com fatos concretos e estudos de caso, o que realmente vem acontecendo à população que vive no entorno dos empreendimentos, e aos trabalhadores da Vale. “Nosso objetivo é dar voz àquelas pessoas que sofrem diariamente com a atuação da mineradora, sejam comunidades próximas, desapropriadas ou áreas em que a empresa busca se instalar”.

A exploração de minério e outras atividades da cadeia de siderurgia têm causado sérios impactos sobre o meio ambiente e a vida das pessoas. No Estado, entre as questões mais ressaltadas, está a poluição do ar. Há, ainda, em diversas cidades onde a empresa está instalada, a poluição das águas com produtos químicos, intervenção direta nos aqüíferos, alta produção de resíduos, desvio de rios que atendiam comunidades, destruição de monumentos naturais tombados, entre outros.

Também serão discutidos a mineração em áreas de mananciais de abastecimento público, o impacto sobre as populações indígenas e tradicionais, a poeira de minério levantada em suas atividades, a desapropriação forçada de comunidades, rebaixamento do lençol freático, a associação da empresa com projetos industriais e energéticos que têm interferido na destruição da Amazônia e do Cerrado brasileiros, a eliminação de trechos ferroviários seculares em Minas Gerais, e os acidentes nas minas e envolvendo trens da empresa.

“Tudo isso, ainda que não sejam mencionadas nas propagandas, são as marcas mais fortes da Vale nos territórios em que ela atua”. A extração nociva de bens naturais, destruição dos patrimônios culturais, e os danos causados ao meio ambiente são, em alguns casos, irreparáveis, e produzem danos permanentes à vida, denunciam as entidades.

Outro ponto polêmico do encontro promete ser em relação aos trabalhadores. Há reclamações sobre demissões sem justificativa, ausência de medidas de segurança de trabalho, e pressões de diversas naturezas, que levam inclusive, ao suicídio. Segundo entidades de Itabira (MG), onde nasceu a Vale, no município foi constatado o maior índice de suicídios do Brasil. “É também muito alta a terceirização do trabalho, que desresponsabiliza a companhia e precariza as relações de emprego (146 mil empregos, 83 mil são indiretos)”, denunciam.

A despeito dos visíveis danos, suas atividades continuam respaldadas com investimentos e parcerias lucrativos. Os recursos públicos gerados pelos seus impostos são repassados para a Vale pelo BNDES e outras agências estatais. Para as entidades, a injustiça está ainda nos altíssimos impostos para a população comum, e também pequenas e medias empresas, grande corporações, enquanto a Vale recebe anos de isenção fiscal.

Para as entidades, é necessário mostrar o outro lado do “desenvolvimento” divulgado na instalação de seus empreeendimentos. “Os serviços públicos para onde deveriam ser direcionados os impostos, como hospitais e escolas, continuam em péssimas condições. Assim, sua atuação aprofunda a dívida financeira, ecológica e social com as populações afetadas. Cada centavo de dinheiro público que é destinado à Vale poderia ser investido na criação de fontes de trabalho que não prejudicassem a vida no planeta”.

No Rio de Janeiro a associação da Vale com a Thyssen Krupp implantará a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), enquanto no sul do Espírito Santo, os planos prevêem uma siderúrgica em Ubu, em Anchieta, com capacidade de emissão de poluentes maior do que é produzido pela mineradora em todo o País. Ao todo, serão 9,7 milhões de toneladas de CO2 despejadas no ar da região.

Assinam a convocação para o I Encontro que debaterá os impactos da mineradora em todo o mundo as entidades: Campanha Justiça nos Trilhos, Movimentos pelas Serras e Águas de Minas, Comitê Mineiro dos Atingidos pela Vale, Movimento pelas Serras e Águas de Minas, Comitê Mineiro dos Atingidos pela Vale, Fórum Carajás, Conlutas, Pacs, Rede Justiça Social e Direitos Humanos, Rede Brasileira de Justiça Ambiental, MST, MAB, Instituto Latino Americano de Estudos Sócio-Econômicos, Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular e Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos.

E ainda a Sociedade Paraense dos Direitos Humanos, Instituto Madeira Vivo, CPT Nacional, Associação Paraense de Apóio às Comunidades Carentes, Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia, Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (AMB), Movimento Artístico, Cultural e Ambiental de Caeté, Sindicato Metabase Inconfidentes, Justiça Global, Assembléia Popular Nacional, Jubileu Sul Brasil, Grito dos Excluídos (Brasil), Grito dos Excluídos Continual, Associação de Favelas de São José dos Campos, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Associação de Pescadores de Pedra de Guaratiba (AAPP), Coletivo Baía de Sepetiba, Fase, entre outras.

(Por Flavia Bernardes, Século Diário, 10/02/2010)


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