O consumo de água na semana passada foi o maior apresentado durante o mês de fevereiro em Porto Alegre. A produção nesse período ficou 8% acima da média normal registrada pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), chegando a 6,8 metros cúbicos por segundo. Na quarta, 3, a produção registrada foi de 6.583 litros por segundo, em um total de 568.771 milhões de litros de água durante todo o dia. Já na quinta-feira, foram produzidos 6.806 litros por segundo, chegando a 588.055 milhões de litros de água no dia. Não há registros no Dmae que superem esta marca no mês de fevereiro que é típico de férias e o consumo normalmente reduz.

A onda de calor que atingiu Porto Alegre nos últimos dias não é motivo de alarme para a população no que se refere à oferta de água para consumo. O Dmae realizou uma série de investimentos nos últimos anos e está preparado para atender a demanda, embora enfatize a necessidade de que os desperdícios sejam evitados para que o consumo de água não extrapole os limites previstos. Com os investimentos realizados, o Dmae atingiu a capacidade de produção de água de 8,7 metros cúbicos por segundo. A média de consumo em períodos normais é de 6,3 metros cúbicos por segundo. Significa que está garantido o abastecimento mesmo em períodos quentes e de grande consumo como nos últimos dias. Esta capacidade também considera o crescimento populacional, permitindo que o Dmae esteja preparado para abastecer toda a cidade sem problemas em suas sete estações de tratamento de água.

Qualidade da água: todo o sistema de gestão da água do Dmae possui a Certificação ISO 9001 conferida e mantida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desde 2007, oferecendo um produto de qualidade que segue os critérios de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde (Portaria 518/04). Para garantir esta qualidade, são realizadas todos os meses cerca de quatro mil análises, a partir de amostras de água coletadas em diferentes pontos da cidade.

Devido ao trabalho do Dmae, Porto Alegre usufrui do privilégio da universalização do abastecimento. Até mesmo os moradores das áreas de risco e de proteção ambiental têm acesso à água potável, via carros-pipas. Mas tão importante quanto a quantidade de água é atentar para a qualidade. As pessoas devem fazer a sua parte para proteger o principal manancial de onde o Dmae capta água bruta para tratamento: evitar jogar lixo na via pública, em arroios e no Guaíba. As comunidades devem ainda evitar as ligações de água irregulares, os chamados "gatos", que causam contaminação da água, comprometem a saúde e geram desperdício.

Desde 2005 o Dmae vem implementando um plano para atender as demandas geradas pelo crescimento populacional das regiões que sofriam desabastecimento de água, principalmente no verão quando aumenta o consumo. Destacam-se seis obras principais que totalizam investimento na ordem de R$ 35 milhões:
- Sistema Ouro Preto – zonas Norte e Leste
Foram investidos mais de R$ 14,8 milhões e estendidos mais de 50 km de adutoras e redes novas de água. Nesta região, que apresentou um crescimento desordenado, durante anos a população dos bairros tais como Mário Quintana, Protásio Alves, Itu Sabará, Morro Santana, Jardim Ypu, Chácara da Fumaça, Vila Laranjeiras, Vila Safira e Rubem Berta (parte) sofreu com falta de água. As obras solucionaram este problema e atualmente a população tem acesso a água tratada de qualidade.
- Ilhas e Extremo-Sul de Porto Alegre – pela primeira vez água nas torneiras
Nas ilhas, cerca de dez mil pessoas que recebiam água por carros-pipas foram beneficiadas pela extensão da rede de água, orçada em R$ 5 milhões. Já na região Extremo-Sul, cerca de duas mil famílias passaram a contar com rede de abastecimento e água direto na torneira, deixando de depender da distribuição por carros-pipas. O Dmae ainda estendeu rede de água para cerca de dez mil pessoas, com o investimento de mais de R$ 3 milhões.
- Reforma da Estação de Tratamento de Água (ETA) Moinhos de Vento
Até dezembro deste ano será completada a reforma dos 12 filtros da estação. Também foi substituído todo o material responsável pela filtragem fina de resíduos, que são os cascalhos, areia e as pedras. O conjunto de obras teve início em 2005, com a substituição da adutora de água bruta da Estação. O investimento total chega a R$ 4,2 milhões.
- Reforma da Estação de Tratamento de Água Tristeza – Zona Sul
Após a conclusão das obras – um investimento de R$ 5 milhões – a capacidade de produção de água da estação passou de 400 l/s para 550 l/s. Isso significa um acréscimo aproximado de 27% na produção de água do Sistema Tristeza, que atende 14 bairros da região.
- Ampliação da capacidade de abastecimento do Sistema Menino Deus
Para ampliar a produção de água de 2.700 l/s para 4.000 l/s e prevenir interrupções no abastecimento, o Dmae substituiu a tubulação da Estação de Bombeamento de Água (ETA) Menino Deus, que apresentava desgaste. A iniciativa visa a aumentar em cerca de 48% a capacidade de produção. O investimento foi de R$ 1,2 milhão.
- Substituição de adutora na Estação de Tratamento de Água (ETA) Moinhos de Vento
Um investimento de R$ 4,9 milhões beneficia todo o sistema atendido pela Estação de Tratamento Moinhos de Vento. As adutoras antigas apresentavam-se desgastadas pelo tempo de uso, sendo necessárias constantes interrupções de abastecimento para execução de manutenções corretivas.
- Estação de Abastecimento de Água (Ebat) Cascatinha
Foram investidos R$ 7,2 milhões para ampliar o abastecimento de água, antevendo o crescimento populacional da região abastecida por essa estação.

(Prefeitura de Porto Alegre, 10/02/2010)