A empresa sueco-finlandesa Stora Enso, em sociedade com a chilena Arauco, anunciou que construirá uma fábrica de processamento de pasta de celulose na localidade uruguaia de Conchillas, nas margens do Rio da Prata.
Em 2007, outra indústria do mesmo segmento, instalada em Fray Bentos, na divisa com a Argentina, gerou um conflito bilateral que levou ambientalistas deste país a bloquearem a ponte internacional General San Martín, medida em vigor até hoje.
Os ativistas alegam que as operações da fábrica poluem o Rio Uruguai, fronteira natural entre os dois territórios, e contrariam um tratado internacional assinado por ambas nações. A denúncia é negada por Montevidéu.
O caso iniciou uma crise diplomática e a resolução do conflito depende agora da sentença da Corte Internacional de Justiça, em Haia. Espera-se que a decisão do tribunal seja divulgada no primeiro semestre deste ano.
De acordo com a revista Búsqueda, o investimento da Stora Enso e da Arauco em Conchillas, que fica no departamento (estado) de Colônia, alcançará cifras entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.
A planta será ainda maior do que a localizada em Fray Bentos, que pertencia à empresa Botnia e foi comprada recentemente pela UPM. Na época, a fábrica recebeu recursos na ordem de US$ 1,2 bilhão, o que a tornava o maior investimento já realizado pela iniciativa privada em território uruguaio.
Fontes entrevistadas Búsqueda informaram que 50 engenheiros envolvidos com a construção da fábrica viajarão em pouco tempo a São Paulo, onde analisarão a factibilidade do projeto.
(Ansa, DCI, 10/02/2010)