Menos de 50 tigres selvagens subsistem na China, advertiu hoje uma organização não governamental de Ambiente, esperando que a chegada do Ano do Tigres não seja o mesmo da extinção da espécie.
Segundo Xie Yan, directora para a China da Sociedade para a Preservação da Vida Selvagem (WCS, grupo com sede nos Estados Unidos), no ano 2000 apenas existiam 15 tigres de Bengala (no Tibete), dez tigres da Indochina (no Sudoeste da China) e 20 tigres da Sibéria (no Nordeste).
O tigre do Sul da China poderá já ter desaparecido. Segundo a WWF (Fundo Mundial da Natureza), nenhum foi avistado desde o final dos anos 70; nos anos 50 deveriam ser quatro mil. O seu rápido desaparecimento é atribuído à caça e à degradação dos habitats.
Se a China proibiu, em 1993, o comércio de ossos de tigre e outros produtos semelhantes, não conseguiu travar a caça ilegal, salientam especialistas em conservação.
Mas “no ano passado, pela primeira vez, recuperei a confiança” nas autoridades, comentou Xie Yan. “A gestão das reservas naturais melhorou e assistimos à sensibilização das comunidades locais. Espero que o Ano do Tigre marque a mudança na preservação destes animais na China”.
A esperança concentra-se no Nordeste, zona limítrofe com a Sibéria onde vivem centenas de tigres.
O jornal “The Guardian” noticia que o Banco Mundial, o Governo chinês e várias organizações não governamentais estão a debater um projecto de milhões de dólares para proteger o tigre Amur.
A China entra no Ano do Tigre com o novo ano lunar, que celebra a 14 de Fevereiro. A nível mundial deverão existir apenas três mil tigres, contra 20 mil nos anos 80 e cem mil há um século.
(AFP, Ecosfera, 08/02/2010)