Diretor executivo da agência da ONU diz que relatório de 2007 do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas apresenta a melhor análise disponível, apesar do erro de digitação na declaração do derretimento glacial do Himalaia.
O diretor executivo do Programa nas Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, Achim Steiner, defendeu nesta sexta-feira o papel desempenhado pelo Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas, Ipcc, na avaliação das alterações do clima no mundo.
Em artigo publicado no site do Pnuma, Steiner cita representantes de mídia e céticos que estariam analisando cada detalhe do Ipcc nas últimas semanas devido a um erro de taxa exagerada sobre o desaparecimento das geleiras do Himalaia.
Brincadeira
Ele ressaltou que alguns estariam inclusive tratando as alterações climáticas como uma brincadeira comparada ao chamado 'bug do milênio', na virada do século.
Segundo Achim Steiner o resultado seria confusão pública sobre o questionamento do Ipcc e seu presidente, com proporções parecidas a uma caça às bruxas.
Ele disse que agora é hora para checar a realidade. O diretor executivo do Pnuma afirmou que está certo apontar erros e fazer correções, mas pediu para o mundo colocar de lado o mito de que a ciência da mudança climática é um rombo e está se afundando rapidamente em um mar de mentiras.
Mentes Científicas
Achim Steiner lembrou que, em 22 anos, o Ipcc elaborou estudo baseado nas melhores mentes científicas, especialistas indicados por governos, para avaliar a evolução dos acontecimentos ambientais e seu impacto sobre economias e sociedades.
Steiner enfatizou que o relatório de 2007 do órgão apresenta a melhor avaliação de risco disponível, apesar do erro de digitação na declaração do derretimento glacial do Himalaia. Ele avaliou que o consenso alcançado foi muito alto, com 90% de chance de estar correto.
O diretor executivo do Pnuma ressaltou que o Ipcc pode ter falhas mas continua sendo o melhor e mais sólido fundamento que existe para uma comunidade de mais de 190 nações para as futuras escolhas globais.
(Por Daniela Traldi, Rádio ONU, 05/02/2010)