A primeira soja geneticamente modificada produzida pela Basf em parceria com a Embrapa estará disponível para os produtores brasileiros na safra 2011/12. Com investimento de US$ 20 milhões, as companhias desenvolveram em apenas 10 anos o projeto, aprovado pela Comissão Nacional de Biotecnologia (CTNBio) no final do ano passado.
Em média, o processo de desenvolvimento costuma levar de 12 a 15 anos.
– O valor substancial investido mostra a complexidade de uma pesquisa deste porte – disse Walter Dissinger, vice-presidente de Proteção de Cultivos para a América Latina.
Ele ressalta que a parceria resultou no Cultivance, o primeiro evento transgênico da Basf no mundo, inteiramente desenvolvido no Brasil. O executivo afirma que a multinacional alemã espera atingir de 15% a 20% do segmento de transgênicos no país em até seis anos. Desta forma, entra na disputa por um mercado dominado pela tecnologia Roundup Ready, resistente ao herbicida glifosato, da multinacional Monsanto. Dados da consultoria Céleres indicam que o cultivo de sementes transgênicas representa aproximadamente 65% da área total semeada com soja no Brasil.
A nova semente da Basf será tolerante a herbicidas da classe imizadolinas, usados para controlar a ocorrência de ervas daninhas nas primeiras semanas do período de desenvolvimento das plantas. A companhia ainda não definiu onde ficará a linha de produção dos herbicidas Soyvance, linha que será criada para uso nas plantações transgênicas. Também não foi definido como será feita a cobrança de royalties.
– A ideia é que possamos chegar a uma solução positiva, sem que seja necessário cobrar multas – explica Dissinger.
(Zero Hora, 06/02/2010)