Depois de ter seu futuro ameaçado pela crise detonada no final de 2008, o projeto de ampliação da fábrica de celulose da antiga Aracruz, em Guaíba, volta a ganhar forma sob o comando da Celulose Riograndense.
A empresa criada a partir da compra da unidade gaúcha pela chilena CMPC confirmou o plano de inaugurar a fábrica em janeiro de 2015 e não descarta antecipar o projeto.
A possível mudança no cronograma será avaliada até o final do primeiro semestre, quando os executivos da companhia vão analisar novo estudo de viabilidade da ampliação da fábrica, que passará das atuais 450 mil toneladas anuais de celulose para 1,8 milhão de toneladas.
– O projeto é o mesmo, mas precisamos avaliar com câmbio e preços de mercado de hoje – diz Walter Lídio Nunes, presidente da empresa.
Se a perspectiva for otimista no curto prazo, a empresa deve antecipar o projeto. A entrada em operação, porém, não ocorreria antes de 2013, pois são necessários 26 meses para concluir a estrutura.
Foi a reabilitação da economia que encorajou o grupo chileno a assumir o projeto. Os sinais de ampliação da demanda internacional a partir do segundo semestre de 2009 já turbinaram o preço da tonelada da celulose. Depois de ficar abaixo de US$ 400 durante a crise, agora supera os US$ 700.
A companhia prepara o reinício do cultivo de eucalipto para março, após um ano sem ampliação da base florestal. Serão investidos R$ 250 milhões no plantio de 13 mil hectares e recuperação de 19 mil hectares que tiveram a manutenção suspensa. A volta dos trabalhos no campo já causou a contratação de 900 pessoas em empresas terceirizadas responsáveis pela área florestal, quase a metade dos 2 mil dispensados após a crise. A expectativa é de que outros 300 sejam admitidos nos próximos meses.
(Zero Hora, 05/02/2010)