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2010-02-05 | Julianaf

A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) dos EUA tomou uma decisão que favorece o etanol feito de cana e, possivelmente, irá ajudar as exportações dos usineiros brasileiros.

Tecnicamente, a agência ambiental americana reconheceu o álcool de cana-de-açucar como um biocombustível ecologicamente eficiente, capaz de reduzir os gases estufa em 61%, quando comparado com a gasolina. Qualquer percentual maior do que 50% é bastante positivo para o etanol de cana, porque esse é o padrão mínimo exigido pela legislação americana. O etanol feito de milho reduz em 31% as emissões de gases que produzem o efeito estufa.

"É uma decisão muito positiva", disse Joel Velasco, representante-chefe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) em Washington.

Nos Estados Unidos, o etanol é produzido sobretudo a partir do milho. No Brasil, o produto vem da cana-de-açúcar. Os preços do etanol brasileiro são muito baixos, quando comparados aos preços do etanol americano, e os Estados Unidos impõem barreiras comerciais à importação do produto para proteger os agricultores locais. Indiretamente, a avaliação técnica feita pela EPA pode favorecer o Brasil para vencer essas barreiras.

Há, nos Estados Unidos, uma legislação que obriga as usinas a comprarem combustíveis de fontes que poluem menos. Atualmente, as refinarias americanas estão obrigadas a comprar 45 bilhões de litros de biocombustíveis, volume que, até 2012, deverá subir a 136 bilhões de litros. Dentro de cinco anos entrará em vigor um teto, de 60 milhões de litros, para o quanto as refinarias poderão comprar em etanol de milho. O objetivo é conter a expansão do milho destinado à produção de biocombustíveis, que tem tomado lugar de áreas agrícolas antes destinadas à produção de alimentos e tem elevado o preço dos grãos no país.

O que passar dos 60 bilhões de litros terá que ser comprado de outras alternativas de biocombustíveis: celulose, diesel de biomassa e "outras alternativas mais avançadas". A regra diz que essas fontes têm de poluir pelo menos 50% menos do que a gasolina convencional. O etanol, segundo a EPA, polui 61% menos que a gasolina e, portanto, é considerada "uma alternativa mais avançada".

(Por Alex Ribeiro, Valor Econômico, 04/02/2010)


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