Dados obtidos durante 15 dias serão avaliados no Observatório Sismológico
A Universidade de Brasília (UnB) está de volta a Caxias do Sul para uma nova etapa do estudo sobre tremores de terra. Desde terça-feira, três especialistas retiram os equipamentos instalados no mês de janeiro. Durante duas semanas, as estações coletaram dados, que serão analisados nos próximos 40 dias pela equipe.
As bases, compostas por um sismômetro (aparelho que mede a vibração do solo) e um digitalizador (que registra em números o tremor), foram instaladas em áreas rochosas de pouca movimentação ao redor da cidade. Até a manhã de ontem, as três bases colocadas em São Valentim, na Linha 40 e nas proximidades do Hotel Samuara foram desmontadas. Se o tempo ajudar, a equipe ficará em Caxias até segunda-feira para recolher as restantes e transmitir os resultados para Brasília. Segundo o coordenador dos trabalhos na cidade, Umberto José Travaglia Filho, até o momento a pesquisa transcorre dentro do planejado. Um número grande de equipamentos foi instalado para garantir o sucesso dos estudos.
– Como a área de captação do sismógrafo é grande, uma ou duas estações seriam suficientes. Ainda assim, instalamos seis – comenta Umberto.
Mesmo com a grande quantidade de informações, Umberto não descarta a possibilidade de retornar à cidade e instalar as bases novamente.
– Tudo vai depender da análise feita pela equipe em Brasília. Se por algum motivo constatarem que os dados não foram suficientes para uma conclusão, podemos vir de novo – diz.
Os equipamentos usados na cidade serão devolvidos ao Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.
O estudo da UnB foi encomendado pela prefeitura de Caxias do Sul em dezembro do ano passado, após moradores de alguns bairros da cidade, como o Jardim América, relatarem a ocorrência de tremores. Na primeira etapa dos trabalhos, em janeiro, os técnicos também aplicaram questionários com moradores das regiões mais atingidas.
O orçamento da pesquisa está estimado em R$ 26 mil.
(Zero Hora, 04/02/2010)