Agora, um estudo lança luz sobre um impacto diferente dos restos lançados ao mar pelos pesqueiros. Pesquisadores informaram em artigo publicado pela revista Current Biology que esse fenômeno pode afetar os padrões de movimento das aves em larga escala.
Frederic Bartumeus, do Centro de Estudos Avançados de Blanes, em Blanes, Esoanha, e seus colegas analisaram dados de rastreamento por satélite em duas espécies de procelarídeos em suas viagens de alimentação ao largo da costa mediterrânea da Espanha.
Traineiras que em geral se dedicam à pesca de sardinhas e lulas operam na região da segunda à sexta-feira, mas estão proibidas de trabalhar nos finais de semana e feriados.
Bartumeus, que conduziu a pesquisa quando estava trabalhando para a Universidade de Princeton e o Instituto Catalão de Ciências do Clima, disse que os padrões de percurso das aves diferiam nos dias em que havia ação dos barcos pesqueiros e nos dias em que não havia.
Quando os pesqueiros estão em atividade, os pássaros parecem saber mais ou menos onde encontrá-los, e voam a esses locais. Embora se espalhem inicialmente para localizar os barcos, tendem a se concentrar com o passar do tempo.
Em contraste, disse Bartumeus, em dias sem pesca os pássaros se movem de área a área em busca de peixes. A dispersão se amplia e “as aves terminam se espalhando para todos os lados no céu”, afirmou.
Bartumeus disse que o estudo demonstrava que “atividades humanas locais podem transformar as propriedades de transporte de outros organismos em escala muito maior do que somos capazes de imaginar”.
O estudo tem implicações para a pesquisa de temas como o transporte de doenças entre animais, porque os padrões de movimento podem afetar a escala da transmissão dos patógenos.
(ANDA, 03/02/2010)
*Com informações do Terra