O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou na quarta-feira (03/02) novas medidas para a redução das emissões de gases do efeito estufa, enfatizando a tecnologia de "carvão limpo", em mais uma tentativa de manter a questão climática no topo da agenda política norte-americana.
O governo também apresentou uma estratégia preliminar para estimular a produção de biocombustíveis, como forma de diminuir a dependência energética do país, mas mantendo o equilíbrio com relação aos custos ambientais do combustível produzido a partir de grãos.
As medidas são parte de um esforço de Obama para conquistar mais votos no Congresso para o projeto de lei climático que se encontra parado no Senado, e que irá estimular a produção de energia limpa, com pouca emissão de carbono, reduzindo a dependência dos EUA em relação ao petróleo importado.
"Hoje estou anunciando uma força-tarefa para a captura e armazenamento de carbono, que será encarregada (...) de entender como podemos mobilizar a formidável tecnologia de carvão limpo", disse Obama na Casa Branca, citando a meta de disseminar essa técnica dentro dos próximos dez anos.
"Queremos ter até dez projetos de demonstração comercial - tê-los funcionando até 2016."
O termo "captura e armazenamento" diz respeito à técnica, ainda em fase de estudos, para recolher as emissões das usinas a carvão e enterrá-las antes que cheguem à atmosfera.
BIOCOMBUSTÍVEIS
A estratégia para os biocombustíveis, que também visa à criação de postos de trabalho nos EUA, onde o desemprego supera os 10 por cento, consta em um relatório do Grupo de Trabalho Interagências para os Biocombustíveis, órgão criado pelo presidente para estimular investimentos em biocombustíveis e tornar o setor ambientalmente mais responsável.
O objetivo é simples: deixar o país em condições de cumprir a meta adotada pelo Congresso de produzir 136 bilhões de litros de biocombustíveis por ano até 2022.
"Esta é uma meta substancial, mas que os EUA podem alcançar ou superar. Entretanto, o desempenho passado e as atividades de sempre não vão nos levar até lá", disse o relatório.
Os EUA estão longe dessa meta agora, produzindo anualmente cerca de 45 bilhões de litros por ano, a maior parte de etanol de milho.
O relatório oferece soluções que iriam resolver problemas no transporte do etanol de produtores no Meio-Oeste para os consumidores das populosas regiões costeiras dos EUA.
Os postos de gasolina, por exemplo, têm demorado a adotar bombas específicas para a distribuição do combustível chamado E85, composto majoritariamente de etanol. Além disso, faltam dutos destinados aos biocombustíveis.
Outro fator citado pelo relatório é que garantias de empréstimos para usinas de álcool deveriam ser direcionadas mais efetivamente para o apoio a novas usinas de biocombustíveis.
O relatório afirma que os Departamentos de Agricultura e Energia e a Agência de Proteção Ambiental irão trabalhar juntos para criar uma cadeia de abastecimento regional que garanta que o mercado dos biocombustíveis se fortaleça em todo o país.
(Por Jeff Mason e Timothy Gardner, Reuters / UOL, 03/02/2010)