O presidente Mahmud Ahmadinejad declarou que o Irã não tem problemas quanto a uma troca de urânio com as grandes potências, que discutem um reforço das sanções internacionais contra Teerã em função de sua política nuclear.
"O Irã sempre esteve disposto a trocar com o Ocidente uma parte de seu urânio levemente enriquecido por um combustível altamente enriquecido para ser utilizado em seu reator de pesquisa de Teerã, segundo afirmou Ahmadinejad em uma entrevista nesta terça-feira à tv estatal consagrada basicamente a questões econômicas.
"Eu não vejo qualquer problema. Certas pessoas (no Irã) se agitam por por nada. Ninguém assinou um contrato ainda", afirmou. O presidente iraniano não deu, no entanto, qualquer precisão sobre a quantidade de urânio em questão, um dos principais obstáculos nas negociações com as grandes potências.
Esta proposta, que Teerã rejeitou até o momento, consiste que o Irã envie a maior parte de seu urânio levemente enriquecido (3,5%) por um combustível altamente enriquecido (20%) para a Rússia e a França para obter o tipo de combustível necessário para seu reator de pesquisas científicas.
Os ocidentais temem que o Irã, utilizando seu programa civil como fachada, esteja tentando produzir urânio enriquecido para construir armas atômicas, algo que o Irã sempre desmentiu.
A Grã-Bretanha classificou de sinal positivo as declarações do presidente Ahmadinejad, sobre sua disposição de enriquecer uma parte de seu urânio no exterior.
"Se o Irã está disposto a aceitar a oferta da Agência Internacional Energia Atômica (AIEA), seria um sinal de positivo de sua boa vontade para se envolver com a comunidade internacional na questão nuclear", declarou o ministério britânico das Relações Exteriores em um comunicado.
O chanceler russo Sergei Lavrov também expressou sua satisfação com as declarações do presidente iraniana. "Se o Irã estiver disposto a voltar ao acordo original, só podemos dar as boas-vindas para esta decisão", afirmou Lavrov.
(AFP / UOL, 03/02/2010)