Redes desenvolvidas com alta tecnologia, inspiradas por teias de aranha, e capazes de coletar água da névoa de locais muito úmidos, podem ajudar a levar o precioso líquido a locais atingidos por secas.
Em estudo publicado na revista Nature nesta quarta-feira (03/02), cientistas chineses explicam porque a teia das aranhas não é famosa apenas pela força, mas também pela incrível capacidade de coletar a água presente no ar, evitando que o animal precise se preocupar em ter o que beber.
O segredo, revelado por um microscópio eletrônico, está nas fibras proteicas em formato de cauda que formam a teia, cuja estrutura muda ao reagir com a água.
Uma vez em contato com a umidade, pequenos segmentos do fio se "enrolam" em minúsculos nós, cuja distribuição aleatória de nan-fibras é responsável pela textura áspera e cheia de protuberâncias da teia.
As pequenas gotas se condensam por toda a teia de aranha, até chegarem a um tamanho máximo, quando escorregam pelo fio até as articulações da trama, onde se unem às outras gotas, formando porções maiores de água.
A equipe de pesquisadores, coordenada por Lei Jiang, da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, estudou a teia da aranha Uloborus walckenaerius, que usa uma espécie de pente, ou cribellum, para separar as fibras e moldá-las de diferentes maneiras.
(AFP / UOL, 03/02/2010)