Projeto do governo do Haiti vai destinar parte dos recursos para a compra urgente de sementes, ferramentas e fertilizantes para que agricultores iniciem o plantio em março; 60% da produção agrícola do país acontece na primavera.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, está pedindo suporte de doadores internacionais para um plano agrícola de US$700 milhões, mais de R$1 bilhão, para a recuperação do setor no Haiti.
Segundo a FAO, os recursos irão para obras de infraestrutura, estímulo à produção nacional de alimentos e criação de empregos para os haitianos que estão deixando a capital Porto Príncipe.
Orientação
A agência da ONU assinou junto com o Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola um memorando de apoio ao projeto do governo haitiano. O plano para o setor é para os próximos 18 meses.
A coordenadora-geral da resposta da FAO ao Haiti, Cristina Amaral, que embarca para Porto Príncipe na próxima semana, disse à Rádio ONU, de Roma, que o setor agrícola no país caribenho já era frágil antes do terremoto.
"O epicentro foi numa zona agrícola, Leogane, e portanto os canais de irrigação estão completamente assoreados e houve desmoronamento de terras para os canais, as águas não estão correndo e as culturas que estão nos campos vão se perder se isso não for restabelecido rapidamente", afirmou.
Ela também disse que quase 60% dos haitianos moravam em áreas rurais antes do tremor de terra, que esses locais são muito pobres e estão recebendo mais deslocados vindos da capital, provocando pressão sobre a terra e sobre os familiares.
Compra Urgente
Segundo a FAO o governo do Haiti estima que parte dos recursos do plano agrícola irão para a compra urgente de sementes, ferramentas e fertilizantes para que agricultores iniciem o plantio em março. 60% da produção agrícola do Haiti acontece na primavera.
Outras ações de curto prazo seriam o reparo de uma refinaria de açúcar, proteção de bacias hidrográficas, reflorestamento, reconstrução e reforço de margens de rios, canais de irrigação danificados, reabilitação de estradas secundárias, estímulo para plantio de batatas e construção de armazéns.
A agência da ONU informa que vai dar início às atividades prioritárias com recursos próprios e fundos recebidos do Brasil, Bélgica, Canadá e Espanha.
(Por Daniela Traldi, Rádio ONU, 01/02/2010)