Na cerimônia de entrega do 4º Prêmio Brasil de Meio Ambiente, o ministro Carlos Minc, um ativista ecológico de longa data, lembrou que há alguns anos atrás, o Brasil era visto como o país da motosserra, do desmatamento da Amazônia. Hoje, ressalta o titular da pasta de Meio Ambiente, o país é um dos protagonistas de uma nova mentalidade ambiental, propondo metas de redução de emissão de carbono mais audaciosas do que de muitas nações ditas desenvolvidas. Minc atribui esta mudança a um conjunto de iniciativas de diversos agentes da sociedade.
"Vemos uma verdadeira biodiversidade nas ações ambientais. A ficha está caindo em relação ao meio ambiente", comentou o ministro em seu discurso na solenidade do 4º Prêmio Brasil de Meio Ambiente, realizada na última sexta-feira (29/01) na sede social do Jockey Club.
Minc falava ali para uma platéia que representava bem este esforço coletivo rumo a uma sociedade com baixa emissão de carbono e alto compromisso com o futuro do país e do planeta: os vencedores e homenageados pelo prêmio instituído há quatro anos pelo Jornal do Brasil, pelo JB Online e pela revista JB Ecológico:
"A relação entre meio ambiente e as empresas parecia ser de um antagonismo insolúvel. Hoje isto mudou. Bancos incorporam critérios ambientais em suas linhas de investimento. Empresas de transporte reduzem sua emissões. Supermercados, construtoras, cada setor tenta encontrar soluções na sua área de atuação."
Todas estas atividades econômicas citadas pelo ministro tiveram representação na quarta edição do prêmio criado pelo JB. O que leva um dos homenageados, o cientista Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe-Ufrj a se declarar otimista: "O Brasil deu uma guinada em relação ao meio ambiente."
Tome-se como exemplo o caso da Companhia Energégita de Minas Gerais (Cemig). A empresa estatal tem um programa de preservação da fauna e do ecossistema das bacias hidrográficas mineiras. Esta iniciativa, além de beneficiar populações ribeirinhas, valoriza a própria empresa, inscrita no índice Dow Jones de sustentabilidade.
"O equilíbrio ambiental tem impacto positivo na própria atividade econômica", diz o presidente da empresa, Djalma Bastos de Morais.
O Bradesco é outra empresa que teve seu trabalho na área ambiental reconhecido pelo prêmio – que é considerado o mais importante do Brasil na área. "Com ações socioambientais, a empresa ganha e a sociedade também, num círculo virtuoso", diz o diretor de Patrimônio do Bradesco, Amilton Nieto.
Neste círculo virtuoso, todos os agentes são fundamentais, ressalta o presidente do Ibama, Roberto Messias Franco. "Vemos pessoas e instituições de várias esferas participando deste empenho."
Um esforço em que o papel da imprensa e dos meios de comunicação é crucial. "Nosso trabalho é reportar o senso de urgência na direção das mudanças", conclui o jornalista André Trigueiro.
(JB Online / AmbienteBrasil, 01/02/2010)