Durante a sessão de encerramento do 40º Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, neste domingo, tanto banqueiros como empresários expressaram um otimismo moderado com relação ao ano que começa.
O evento parece terminar com o consenso de que a situação global está melhor do que há 12 meses, mas que essa melhora tímida ainda esbarra em problemas como a fragilidade da recuperação registrada até agora e o aumento no desemprego, que continua uma grande preocupação.
Há consenso também sobre a necessidade de uma cooperação global para melhorar a regulação financeira. Em ocasiões anteriores, eram as manifestações anticapitalistas nos portões do prédio que sedia o encontro que ameaçavam as manchetes relacionadas às discussões em Davos.
Neste ano, as denúncias mais poderosas sobre um capitalismo sem restrições vieram de dentro da sala de conferências. Reformas Mas se o discurso não estava totalmente afinado, a falta de acordo sobre a questão da reforma bancária não chegou a provocar uma grande divisão entre os países participantes da reunião.
Ao final da semana de encontros, surgiu um consenso moderado de que a recuperação global ainda está muito frágil para que sejam suspensos os programas de estímulos e de que há uma necessidade crescente de regular os bancos com mais rigidez para evitar o risco de outro colapso financeiro.
Neste domingo, os principais banqueiros adicionaram ainda mais conclusões ao discurso. Eles argumentaram que os bancos não são os únicos responsáveis pela crise, que, por sua vez, não poderá ser resolvida com uma varinha de condão.
Para os representantes dos bancos, as novas regulações são bem-vindas, mas caso sejam rigorosas demais, poderiam estrangular o crescimento e incentivar chamados populistas para o protecionismo.
Um ponto que causou preocupação durante o encontro desta semana em Davos foi o fato de que a era da liderança dos "super poderosos" acabou e que, consequentemente, alcançar um consenso global sobre as mudanças está cada vez mais difícil - como o fracasso do encontro sobre o clima em Copenhague já provou.
Mas uma nota de otimismo vinda de Davos neste ano foi o foco nas inovações tecnológicas, que levantam novos problemas, como a guerra cibernética, mas poderiam também trazer atalhos para novas surpreendentes novas soluções.
(UOL, 31/01/2010)