Diversos países confirmaram os planos de reduzir as emissões de gases do efeito estufa e combater o aquecimento global, cumprindo o prazo previsto no Acordo de Copenhague, elaborado durante a Conferência da ONU sobre o Clima (COP 15) na Dinamarca, que vence neste domingo.
O acordo - aprovado com relutância e sem unanimidade - previa que os países enviassem até 31 de janeiro dados relativos ao quanto cada um vai cortar nas emissões de gases. O Secretariado da ONU para Mudanças Climáticas afirmou que vai publicar uma lista completa dos signatários na segunda-feira.
Até agora, Índia, China, Brasil, Estados Unidos, Japão, Austrália, Coreia do Sul, Noruega, União Europeia e Cingapura já anunciaram publicamente as intenções sobre os cortes de emissões e confirmaram a participação no Acordo.
O nível de apoio a ser recebido pelo documento é considerado um indicador importante para identificar a possibilidade real de que um novo acordo com efeito vinculante, mais robusto que a declaração de intenções prevista no documento de Copenhague, possa ser assinado neste ano.
Para muitos analistas, o acordo firmado na Dinamarca é visto como "decepcionante" e abaixo das expectativas da cúpula.
Acordo Apesar de contemplar uma carta de intenções com planos nacionais para cortes de emissões, o acordo não estabelece limites à poluição e indica apenas que os países concordam que a temperatura do planeta não pode subir mais de 2ºC.
Ele prevê ações para a manutenção do aumento da temperatura global a 2ºC. Por outro lado, o acordo não prevê qualquer redução de emissões dos gases que provocam o efeito estufa para que isso seja possível.
O documento, no entanto, prevê a criação de um fundo emergencial de US$ 30 bilhões pelos próximos três anos, para ajudar países pobres a combater causas e efeitos das mudanças do clima; além de angariar fundos para financiamentos de longo prazo de até US$ 100 bilhões até 2020.
No entanto, por ter sido fruto de um encontro entre os Estados Unidos e os chamados países BASIC - Brasil, África do Sul, Índia e China -, o acordo não foi reconhecido por representantes de diversas nações, como Sudão, Bolívia, Venezuela, Nicarágua e outras.
Segundo o correspondente da BBC para assuntos ambientais Matt McGrath, o acordo é fraco e não inclui metas claras sobre o corte de emissões.
Mas, segundo ele, se a maioria dos países pelo menos assinalar os planos para os cortes, será a primeira vez que a ONU terá um documento com promessas de ações. A próxima Conferência sobre o Clima será realizada em Cancun, no México, em Dezembro.
(BBC / UOL, 31/01/2010)