A Eternit fez, no último dia 19, sua primeira aquisição deste ano, em que completou seu 70º aniversário: a empresa Tégula, do ramo de soluções para telhado voltados para a classe A. O negócio custou por volta de R$ 40 milhões. O presidente da Eternit, Élio A. Martins, afirmou que a Eternit possui R$ 70 milhões em caixa para fazer novas compras este ano.
Segundo Martins, caso o mercado ofereça uma oportunidade que possua um valor acima do que a companhia tem em caixa, a Eternit está disposta a conversar com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou com outros bancos para que se possa agilizar um empréstimo. "Faremos aquisições em material na área de construção civil. Não iremos nos aventurar em outros segmentos", afirmou Martins.
A Tégula tem um market share de 30% no mercado de telhas de concreto e uma receita bruta de R$ 83 milhões e possui cinco fábricas no Brasil, localizadas em Anápolis (GO), Frederico Westphlen (RS), Salvador (BA), Atibaia (SP) e Içara (SC).
A produção da Eternit, em 2009, foi de 735 mil toneladas e a empresa tem o objetivo de alcançar 800 mil tonelada este ano. A companhia também pretende fechar o ano com faturamento de R$ 800 milhões. Até setembro de 2009 a empresa faturou R$ 545 milhões. "Queremos crescer este ano por volta de 26%. O mesmo número crescido em 2008." Martins acredita que a Tégula deve acompanhar o crescimento dos quatro anos anteriores que foi de 8%.
Em 2007, a Eternit anunciou seu principal objetivo para 2011 que é alcançar o faturamento de R$ 1 milhão. "Continuamos com o mesmo objetivo, a crise não atrapalhou nossos planos", afirmou Martins.
Para este ano, a empresa pretende fazer um investimento da ordem de R$ 25 milhões para aumentar a área de mineração e subir a produção de 300 mil para 350 toneladas no ano. No total, a companhia deve investir R$ 40 milhões para o aumento de capacidade. Atualmente a companhia está utilizando o máximo de sua capacidade de produção. "Estamos trabalhando com toda a nossa capacidade, por isso iremos aumentar. Exceto na na área de telha de concreto." No ano passado, a companhia realizou investimentos na ordem de R$ 64,8 milhões.
Em 2009, a nova linha de produção em Goiânia, inaugurada em em abril de 2008, recebeu um investimento de R$ 15 milhões já a linha de produção em Colombo, no Paraná, inaugurada emjaneiro do ano passado, recebeu um ivestimento de R$ 20 milhões.
Atualmente a empresa exporta cerca de 60% do material produzido e e 40% fica no mercado interno. A Eternit possui 30% do market share do setor de fibrocimento. Atualmente a empresa atua nas área de fibrocimento, metálica, louças sanitárias, painéis, placas, filtros para tubulação, fibra de amianto e com a aquisição entra no segmento de concreto.
Amianto
O Brasil é um dos poucos países onde o amianto branco ainda é legal, mas sua utilização divide a sociedade brasileira, já que o produto é considerado de alto risco para a saúde humana por um grande número de cientistas, acadêmicos e dirigentes de organizações não-governamentais.
A Eternit é a maior empresa do setor de amianto no País e a mineradora SAMA - subsidiária do grupo - opera no Estado de Goiás a única mina de amianto em exploração no Brasil. As proibições contra a fabricação de amianto aconteceram nos estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro e atualmente estão sendo acompanhadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A Eternit apoia a liberação do produto. "O produto final nunca causou mal nenhum à população", afirmou com ênfase o presidente da Eternit como um dos principais motivos de manter o produto no mercado. Ele ainda complementou que a Saint Gobam, concorrente direta da Eternit, é umas das companhias que pressiona a proibição. Procurada a companhia preferiu não se manifestar sobre o assunto.
(Por Gleyma Lima, DCI, 28/01/2009)