O pensador americano Gary Francione costuma dizer que existe mais crueldade em um copo de leite do que em um bife. Um vídeo lançado nesta terça-feira, 26/01, pela ONG vegana Mercy For Animals demonstra mais uma vez que a vida das chamadas vacas leiteiras é, literalmente, um inferno.
Filmado em Willet Dairy, Locke, a maior fazenda de laticínios no estado de Nova York, Estados Unidos, onde sete mil vacas são exploradas pelo seu leite, o vídeo mostra as condições de superlotação nas quais os animais sobrevivem; trabalhadores chutando animais e fazendo-os mover-se com choque elétrico; bebês sendo arrastados de suas mães; uso de hormônios proibidos; e muita sujeira.
Não há como regular essa indústria. A investigação já gerou várias matérias em grandes publicações, como o Los Angeles Times e a rede de TV ABC News. Mas dor, tortura e morte são partes inerentes de um processo de exploração que vê nesses animais apenas uma fonte de renda, e não uma criatura viva. É por isso que os veganos rejeitam o ovolactovegetarianismo. Não faz sentido, de um ponto de vista ético, abster-se de carne e continuar consumindo laticínios e ovos. O leite sempre vem de uma mãe com dor e em estado de luto pelo filho roubado de seu cuidado e morto como vitela. E, no final de sua ‘vida útil’, ela também vai parar no matadouro, enfraquecida pelos anos nos quais foi tratada como uma máquina de leite.
(Por Lobo Pasolini*, ANDA, 28/01/2010)