Uma coalizão de grupos de proteção animal chegou ao Haiti para prestar ajuda aos animais que foram atingidos pelo terremoto. A equipe representa a “Coalizão de Ajuda aos Animais do Haiti” (ARCH, sigla em inglês), criada especificamente para lidar com a crise no país e liderada pela WSPA e pelo IFAW – Fundo Internacional para o Bem-estar Animal.
A equipe da ARCH se reuniu com funcionários do governo haitiano e com organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas. O objetivo foi definir os problemas mais urgentes em relação aos animais, bem como identificar opções para um plano de longo prazo, que inclui a criação e a melhoria da infraestrutura de cuidados veterinários, um programa de vacinação em grande escala e serviços de controle da população animal.
Segundo o diretor de Ajuda Emergencial do IFAW, Ian Robinson, condição desses animais antes do tremor de terra já não era boa, sendo assim, não basta apenas voltar à situação anterior. É preciso fornecer alívio imediato para os animais, mas também desenvolver planos de longo prazo com duração satisfatória.
Gerardo Huertas, diretor de Gerenciamento de Desastres para as Américas da WSPA, descreveu as condições do Haiti após o terremoto:
“Onze dias depois do terremoto, nos deparamos com uma cidade em ruínas. Felizmente, encontramos diversos membros do governo que têm demonstrado profundo interesse em trabalhar juntamente conosco; eles estão comprometidos em nos fornecer o apoio de que precisamos para realizar nosso trabalho.”
Em reunião com a equipe da ARCH, no último domingo (24/01), também o ministro do Meio Ambiente do Haiti, Jean Marie Claude Germain, deu seu apoio ao trabalho desenvolvido pela Coalizão:
“Até agora, os planos do Ministério estavam focados em impedir o desflorestamento e em proteger as reservas de água. Nós não tínhamos considerado incluir os animais nos planos de trabalho até então, mas temos que considerar que será bom fazer essa inclusão. Também é importante discutirmos a necessidade de um programa de vacinação, a fim de evitar a propagação de doenças entre as populações de animais.”
Apenas cerca de 100 mil cães haitianos, de uma população estimada em 500 mil, foram vacinados contra a raiva no ano passado. Além disso, o governo haitiano enfrenta a falta de medicamentos e vacinas para proteger suínos, bovinos e outros animais contra doenças como o antraz e a peste suína clássica.
O ministro do Haiti de Produção Animal, Dr. Michel Chaney, falou da urgente necessidade de uma campanha de vacinação:
“Enfrentamos agora um elevado risco de doenças, razão pela qual é importante iniciar uma campanha de vacinação o mais rápido possível. A primeira remessa de medicamentos e equipamentos necessários para o tratamento dos animais deve chegar hoje (25/01) a Porto Príncipe.”
A maioria dos membros da ARCH voltou para Santo Domingo (República Dominicana) a fim de reunir material para o próximo exercício, de ajuda emergencial. A equipe, além de continuar sua avaliação nas áreas de Porto Príncipe, também realizará, em cooperação com o governo haitiano, trabalho veterinário.
(Clicabrasilia / ANDA, 28/01/2010)