O Banco Mundial afirmou nesta quinta-feira que a China e outras nações asiáticas deveriam fechar as fazendas de tigres por serem uma prática desumana e alimentarem a demanda por ossos e pele dos animais.
O chamado veio depois que governos de 13 países, onde ainda existem tigres selvagens, se reuniram na Tailândia para discutir a conservação e aumento desta população.
As fazendas de tigres são encontradas principalmente na China, Laos, Vietnã e Tailândia. Seus donos alegam que a criação dos animais em cativeiro ajuda a reduzir o comércio ilegal de órgãos de tigre, usados na medicina tradicional asiática. Mas, para os ambientalistas, a prática estimula ainda mais o contrabando.
O número de tigres na natureza despencou por causa da atividade humana, perda de seu habitat natural e caça ilegal. A estimativa é que, dos 100 mil do começo do século 20, o número de animais na natureza hoje não passe de 3.600.
A China acredita que existam 5 mil tigres domésticos no país e que as fazendas estejam em crescimento, apesar da proibição do comércio de seus órgãos em 1993. O governo impôs sentenças severas e ordenou que as farmácias dispusessem dos remédios que usassem órgãos de tigre. Acredita-se que esses medicamentos curem desde convulsões a doenças de pele e aumentem a potência sexual.
As primeiras fazendas de tigres surgiram antes da proibição, mas outras surgiram porque especuladores acreditavam que o veto seria temporário. O governo chinês afirma que as fazendas foram desenvolvidas para atrair turistas, mas os críticos dizem que elas são usadas para retirar partes dos animais.
Apesar do lobbying de empresários influentes para a proibição ser retirada, a China anunciou no último mês que iria fortalecer o cumprimento da lei do comércio de partes dos tigres e produtos. O governo também prometeu regulamentações rigorosas sobre criações em cativeiro.
(IG / ANDA, 28/01/2010)