A Econg, entidade regional de meio ambiente, divulgou o resultado de uma investigação feita pela ONG nos últimos meses de 2009, sobre o desaparecimento gradual de varias espécies de animais silvestres nas regiões noroeste e alta paulista no estado de São Paulo e na chamada Costa Leste do Mato Grosso do Sul.
Para o Conselho Diretor Técnico da entidade, o processo de extermínio dos animais silvestres, pela caça, tráfico, destruição de habitat e dos recursos hídricos, aliado à inércia, e muitas vezes o conluio do estado, vai fazer desaparecer em definitivo várias espécies de animais de nossa região, de grande, médio e pequeno porte como anta, onça-parda, lobo-guará, tamanduás, tatus, ariranhas, veados, pacas, cotias, répteis como jacarés, sucuris, jabutis, jiboias e aves como araras, periquitos, curicacas, urutaus, saracuras, gaviões, tucanos, além de peixes, aracnídeos, insetos, entre outros animais.
O extermínio, segundo a Econg, é maior onde se instalam empresas de alto impacto ambiental, muitas infratoras ambientais em suas origens, e chegam à região contando com a conivência de muitos órgãos ambientais, aliado ao fato de que os poderes executivos e legislativos são grandes cúmplices porque compactuam com o tal “desenvolvimento a todo custo”. Se algum órgão oficial tem boa vontade para agir, ela não terá estrutura física e material e muito menos autonomia política para reprimir os grupos de criminosos ambientais, que acabam, por esperteza, financiando obras que deveriam ser específicas de verbas públicas, gerando assim suspeitas na população.
A Econg acusa também o Incra pela ausência de políticas ambientais junto aos assentamentos rurais, desprovidos de assistência; nesta área quase todas as reservas da região tornaram-se campos de caça de animais silvestres. O Incra não averba as áreas de sua responsabilidade, tem sido inerte na punição de invasores de reservas, não tem trabalho educativo real e permanente que impeça a destruição da fauna, flora e recursos hídricos nos assentamentos.
Áreas sob responsabilidade da CESP estão abandonadas, sem fiscalização, sem proteção dos seus limites, tornam-se verdadeiros campos de extermínio de animais silvestres como as áreas de APP às margens do rio Paraná, muitas vezes mortos para serem consumidos como petiscos em estabelecimentos comerciais da região.
Para Roberto Franco, presidente da Econg, as unidades de conservação da região, inclusive os Parques Estaduais do Aguapeí e do Peixe, também estão seriamente ameaçados e estão sendo invadindo por pescadores, caçadores e traficantes de animais silvestres.
Franco denuncia empresas sem nenhuma responsabilidade ambiental que se estabelecem na região, sem as licenças ambientais, ou com Eias/Rimas montados por consultorias fajutas, e Três Lagoas é uma referencia nesse descalabro, e os efeitos dessa insanidade já são sentidos pelos cidadãos de toda a região. No rio Paraná peixes morrem sem que se conheçam as causas.
A entidade afirma que os grandes grupos econômicos que se estabelecem na região estão transformando-a em um enorme chiqueiro industrial e num impiedoso matadouro da fauna, flora e recursos hídricos, e o estado desempenha o seu papel de cinismo e indiferença.
A entidade organiza uma conferência regional com ONGs ambientais da região sobre o assunto.
(ANDA, 27/01/2010)